Aos Companheiros da Bacia de Campos: O momento é gravíssimo e todos temos que ir à luta

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Motivos não faltam para parar. Os petroleiras e petroleiras de todo o País são testemunhas  diretas de um conjunto de ações na Petrobrás que visam precarizar as relações de trabalho e dilapidar o patrimônio público.  

Nesta Campanha Salarial, está em jogo algo fundamental: a liberdade de organização dos trabalhadores e a própria confiabilidade do processo negocial.  

No primeiro caso, vê-se claramente a entrada da empresa na disputa pela consciência da categoria, por vezes agindo como se fosse um sindicato dos gerentes, panfletando as suas teses e tentando convencer os trabalhadores de que a companhia estaria quebrada e que esforços extras seriam necessários, entendendo-se por isso a perda de direitos.  

No segundo caso, a insistência da Petrobrás em desconsiderar acordo assinado com a Fafen-PR. Mesmo que os petroleiros e as petroleiras do Norte Fluminense não se importassem com os companheiros do Paraná — o que não é o caso, pois somos talhados desde sempre em um consolidado pertencimento nacional —, estaria em questão algo que atinge a todos, que é justamente a confiança de que acordos existem para serem cumpridos.  

Também tem gerado ruídos na categoria, em função das inserções gerenciais em um debate que é da categoria, a tentativa da empresa em empurrar para este acordo uma proposta de redução de jornada com redução de salário. Nosso acordo tem validade de dois anos, e não é o momento de nele inserir cláusulas que não sejam salariais.  

É verdade que o próprio acordo prevê que, havendo entendimento entre as partes, cláusulas não salariais poderão ser discutidas. Mas, note bem: havendo acordo entre as partes, o que não ocorre no momento. É completamente abusiva, portanto, a postura da empresa em falar em “última proposta”, tentando atropelar a categoria em um tema extremamente delicado, com impactos ainda não exatamente identificados, e em relação ao qual até ela própria afirma estar aberta à discussão. Se está aberta à discussão, como quer fechar acordo sobre o assunto agora?  

Há ainda outros aspectos que geram impasses na proposta da empresa. Um deles é o parcelamento do aumento salarial, algo que nunca foi adotado pela companhia. Outro é o congelamento do auxílio almoço do pessoal administrativo. Ambos exemplos de posturas mesquinhas da gestão Parente.  

Além disso, é gravíssimo o caminho privatizante tomado pela empresa, em reedição dramática dos anos 1990. Depois de tanta luta para salvar a empresa daquele período de sanha entreguista, a categoria novamente precisa mobilizar-se e à opinião pública para protestar contra o flagelo do desmonte da companhia. Gestores notoriamente vinculados ao rentismo e aos interesses estrangeiros, afinados com a política golpista de Mishell Temer, trabalham diuturnamente para atender à encomenda dos que os colocaram no poder de modo vil e antidemocrático, levando adiante uma política sem legitimidade popular, cumprindo um programa que não foi o escolhido pelas urnas em 2014.  

Estamos vivendo, portanto, um período gravíssimo da realidade nacional, com consequências específicas igualmente graves. E a resposta para isso é a mobilização, a resistência, a força com a qual sempre defendemos os interesses maiores do País.  

Todos à luta!

Diretoria Colegiada do Sindipetro-NF

Macaé, 16 de dezembro de 2016.