Aos Companheiros da P-33
O Sindipetro-NF vem lutando pela saúde e segurança na Bacia de Campos há vários anos. Inicialmente os trabalhadores ficavam divididos: entre a preocupação com a própria segurança e a constatação de que mudar a realidade exigia enfrentamento e perseverança.
A categoria optou pelo enfrentamento e junto com o sindicato mudou a trajetória de repetidas tragédias no transporte aéreo. Para isso foi importante tanto as denuncias de acidentes e incidentes, como o exercício do direito de recusa como forma de reivindicar melhorias.
E perseverou no enfrentamento, logo após a greve de março de 2009, quando 30 plataformas responderam ao chamado do sindicato e realizaram assembléias listando suas pendências de saúde e segurança. A partir desse momento o sindicato ganhou o conteúdo necessário para defender a segurança operacional dos trabalhadores baseado em fatos concretos.
Mesmo assim, o sindicato não partiu para o radicalismo e tentou negociar a mudança das condições de segurança das plataformas com a Petrobrás durante mais de um ano. No caso da P-33 foram diversas reuniões e por fim a constatação de que os problemas apontados na unidade não são pontuais, são frutos de anos de abandono. Hoje, temos a certeza de que os trabalhadores dessa unidade estão sob risco grave e iminente e que somente parando totalmente a plataforma teremos força para realizar as modificações necessárias para mantê-los seguros.
Na reunião com a Petrobras no dia 5 de agosto, quando a Petrobras recebeu cinco autuações e o embargo de três equipamentos da P-33, fomos surpreendidos com a apresentação de uma Carta do Gerente Geral da Unidade Operativa da Bacia de Campos José Airton Lacerda Martins afirmando textualmente que:
“… a Petrobras tem a esclarecer que: A Plataforma P-33 encontra-se em condições operacionais de segurança para a saúde e integridade física de seus trabalhadores, até a realização dos reparos listados na notificação …”
Essas duas realidades não podem existir ao mesmo tempo. Ou o sindicato e os trabalhadores estão certos ou o gerente está. Para o sindicato a P-33 não pode continuar operando nas condições em que se encontra, para o gerente nada acontecerá até a parada da unidade, que ele não informa quando acontecerá.
Diante disso indicamos que os trabalhadores discutam na unidade as condições de saúde e segurança com as quais convivem diariamente e manifestem-se sobre quem está com a razão. Esse posicionamento dos trabalhadores da P-33 é extremamente importante para dar continuidade a essa luta, pois como afirmamos no início não há conquista sem enfrentamento e nem resultado sem perseverança.
O indicativo é que os trabalhadores da plataforma, próprios e terceirizados, façam uma assembléia nesse fim de semana e assinem um manifesto posicionando-se sobre as condições de saúde e segurança da P-33.
Saudações Sindicais
Macaé, 06 de agosto de 2010
Diretoria Colegiada do Sindipetro-NF