Aos Companheiros de PCH-2
Na quarta feira, dia 19 de janeiro de 2011, um incêndio de grandes proporções causou apreensão aos trabalhadores de PCH-2, bem como os de outras unidades que conseguiam visualizar a ocorrência e acompanharam de longe tudo que aconteceu.
O sindicato recebeu no fim da noite o contato do gerente do ativo N/NE informando a ocorrência de incêndio no módulo 5, onde estão localizadas as bombas de transferência de óleo da plataforma. Disse que já havia sido debelado o incêndio e que ninguém havia se ferido. Logo em seguida, trabalhadores de outras unidades entraram em contato informando que o incêndio prolongou-se por mais de uma hora e podia ser observado de longe.
O sindicato ainda recebeu denuncias individuais de trabalhadores sobre o sistema de dilúvio da plataforma. Informaram que o sistema não havia funcionado na emergência. O sistema estaria inoperante aguardando a quitação das recomendações de um Relatório Técnico de Inspeção do tipo A (parada imediata). Ainda segundo denuncia, o técnico responsável pela emissão do relatório teria sido obrigado a desembarcar por tê-lo emitido.
Na tarde da sexta, 21 representantes da diretoria do sindicato estiveram na sede de Imbetiba, em reunião sobre o incêndio solicitada pela Empresa. O objetivo foi apresentar-nos a ocorrência na visão da empresa. Durante a reunião os gerentes presentes afirmaram que o incêndio durou 20 minutos, e que o dilúvio e as demais proteções e alarmes funcionaram normalmente. Reconheceram que há uma RTI A para o sistema de incêndio do módulo 7. Na reunião o sindicato reafirmou a luta por segurança e saúde dos trabalhadores e cobrou o cumprimento da cláusula 107 do atual ACT que prevê a participação de um representante do sindicato (nesse caso foi indicado o Diretor Vitor Carvalho) nas análises de acidentes graves e fatais.
Diante disso, o pede uma manifestação coletiva dos trabalhadores de PCH-2 para elucidar a ocorrência:
Quanto tempo durou o incêndio?
O Sistema de Dilúvio funcionou corretamente? Atuou automaticamente ou foi acionado?
Todos os alarmes e proteções automáticas funcionaram?
Quantas bombas de incêndio existem? Quantas estão operacionais? As bombas de incêndio funcionaram normalmente?
Quantos cipista eleitos estavam a bordo?
A brigada está com os treinamentos em dia?
Alguém se feriu?
Quantas e quais as RTIs A e B pendentes nos sistemas que protegem a plataforma de emergências?
Ocorreu a perseguição contra o técnico emitente da alguma RTI?
O efetivo da operação e manutenção está deficiente?
Além dessas, os trabalhadores devem enviar outras informações que julguem importantes para auxiliar na elucidação da ocorrência.
A atuação do sindicato em saúde e segurança será tão mais qualificada quanto mais os trabalhadores se envolverem e denunciarem. Assim aconteceu no caso de P-33, somente depois que 110 trabalhadores assinaram um documento, revelando a situação de insegurança, a unidade foi efetivamente parada por 80 dias.
Por fim parabenizamos os trabalhadores que atuaram com presteza e coragem durante o incêndio em PCH-2 e mantiveram a situação sob controle. Sem isso poderíamos ter a ocorrência de uma tragédia.
Neste fim de semana o sindicato está convocando todos os trabalhadores (próprios e contratados) de PCH-2 para em assembléia manifestarem-se sobre o incêndio que ocorreu na plataforma. Participe!
Macaé, 22 de Janeiro de 2011