Aos companheiros e companheiras do Norte Fluminense
Toda resistência será necessária para enfrentar o que se anuncia contra a Petrobrás e o País
O resultado da eleição presidencial do domingo impõe a uma entidade como o Sindipetro-NF, à categoria petroleira e aos movimentos sociais uma agenda de resistência que exigirá a manutenção de toda a energia empregada até aqui por milhões de lutadores e lutadoras do povo.
Nunca foi fácil. Defender a Petrobrás, defender a Democracia, defender os direitos trabalhistas e sociais, defender a diversidade e o pluralismo, defender a soberania nacional, defender políticas públicas que priorizem os mais pobres, nada disso se fez e se faz no Brasil sem ser à custa de muita entrega e de muita luta.
O cenário é extremamente preocupante. No plano econômico, o pior da receita neoliberal virá agora reforçada pelas urnas e pela imposição de um governo militarizado que tende a ter amplo apoio da maioria conservadora no Congresso Nacional. Entre as prioridades estarão a privatização da Petrobrás e das demais estatais, a redução do serviço público em todas as áreas, a eliminação de programas sociais e a acentuação da flexibilização das formas de contrato de trabalho.
No plano político, deu-se carta branca para o extermínio de opositores, para a repressão às universidades que resistem ao fascismo e para a criminalização dos movimentos sociais. Uma perseguição implacável se dará contra sindicatos, entidades do movimento estudantil e demais formas de ativismo.
A tensão social será elevada com agendas como a do armamento da população. Por todo o País, grupos empoderados pelo discurso de ódio tendem a sentirem-se ainda mais autorizados a praticar atos de violência contra todos aqueles que julgarem indesejados à nova ordem.
Essa eleição desnudou posições, revolveu rancores e preconceitos profundos, mobilizou perspectivas religiosas, despertou os piores sentimentos de busca por diferenciação e negação do outro. Retrocessos civilizatórios estão sendo vistos e tendem a ser agravados. Serão necessários muitos anos para reparar estes danos.
A iminência é de dias dificílimos, mas em todos os momentos históricos em que a opressão se fez, fez-se também a sua resistência. E esta eleição deixa como legado uma militância ombro a ombro entre tantos e tantas que souberam respeitar as suas diferenças para lutarem por tudo aquilo que nos unifica.
Foram diários os exemplos de beleza e de alegria nas ruas, de reconhecimento popular ao que de melhor este país teve nos governos Lula (traduzido em uma massiva transferência de votos para o candidato Fernando Haddad), de militância espontânea e aguerrida nos ambientes reais e virtuais, de união em meio a tanta adversidade.
Os petroleiros e as petroleiras formam uma das mais organizadas categorias do País e continuarão a ter um papel estratégico no enfrentamento aos ataques virão. Serão dias de muita luta, mas também serão dias de certeza de estarmos do lado certo da história. Pelo Brasil, pela Petrobrás e pela classe trabalhadora, cada esforço valerá a pena. Nunca será em vão. Sigamos firmes e fortes.
Macaé, 29 de outubro de 2018
Diretoria Colegiada do Sindipetro-NF