Aos Companheiros e companheiras do Norte Fluminense: Da resistência em 2017 às batalhas de 2018

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Quando em 2014 o Brasil atingiu o menor índice de desemprego de sua série histórica, apenas os mais pessimistas poderiam imaginar que, em menos de dois anos depois, o país sofreria um Golpe de Estado – “com supremo e com tudo” – que colocaria a perder todas as conquistas recentes da população.

De ataques diretos a Constituição cidadã de 1988 (como a PEC do fim do mundo, que inviabilizou investimentos em saúde, educação e segurança) até mesmo a destruição da CLT (com a permissão legal da terceirização predatória e a contrareforma que permite o empregador achacar seus trabalhadores e trabalhadoras), chegando à ameaça concreta da nossa soberania nacional (com a entrega das nossas terras, águas, floresta amazônica e do nosso Pré-sal) o Brasil foi vítima de investidas agudas de uma onda neoliberal que , não conformada em ser derrotada quatro vezes nas urnas, voltou à ativa pelos porões do autoritarismo e do estado de exceção.

Consequentemente, como argumentava quem esteve contra essa ruptura institucional desde o início, quem pagou o pato foi a classe trabalhadora, estudantil e o povo pobre desse país que viu sua renda ir embora para que ricos empresários aumentassem seu acúmulo de capital, enquanto o Governo, subserviente de interesses internacionais, vendia o país para comprar deputados.

Nessa conjuntura, onde milhões de trabalhadoras e trabalhadores foram demitidos, o país entrou numa espiral recessiva alimentada pela queda de consumo e arrecadação. E, obviamente, os petroleiros e petroleiras não ficaram alheios a essa conjuntura.

Vale recordar que em 2015, no nascimento do impeachment capitaneado por Eduardo Cunha, a categoria petroleira realizou uma de suas maiores greves para adiar a política de privatizações da empresa e se qualificar para discutir os rumos da Petrobrás e todo seu sistema.

Em 2016, com o Golpe já consolidado, a empresa rompeu a cultura de negociação de apenas discutir questões econômicas em anos pares, propondo mexer em cláusulas sociais – inclusive de saúde, meio ambiente e segurança – tentando destruir quase a metade do nosso Acordo coletivo. Ainda sim, no auge da força do governo golpista e seus parceiros como Pedro Parente, a categoria petroleira teve a sabedoria de manter intacto seu acordo.

Chegamos à 2017, onde a gestão da Petrobrás assume seu papel de coadjuvante do governo Temer e promove o maior ataque aos Acordos Coletivos da categoria petroleira dos últimos 20 anos: Tentando acabar com a Hora Extra, adicionais de Campo, Programa Jovem Universitário, promoções pleno/sênior para o nível médio e o acordo de dois anos. Parente mostrou, assim, o porquê era considerado o ministro mais alinhado à FHC na década de 90 e tentou impor à categoria sua lógica de destruição das relações de trabalho e investida sobre a soberania nacional.

Nessa difícil conjuntura, certamente a pior do século XXI, a categoria petroleira conseguiu manter seu acordo coletivo por mais dois anos, garantindo como ponto de partida a reposição inflacionária para o ano que vem e abrindo caminho para a inevitável luta vindoura: evitar a privatização do sistema Petrobrás. Além disso, petroleiros e petroleiras foram pioneiros em conseguir adicionar ao seu acordo quatro cláusulas de salvaguarda aos principais ataques da contrarreforma trabalhista.

Ademais, manter as conquistas não foi a única ação da categoria petroleira. De Brasília até São Paulo; do Rio de Janeiro até Campos, Macaé e região, os petroleiros e petroleiras do Norte Fluminense jamais abandonaram a luta, e foram às ruas enfrentaram a chuva, o cansaço, e a alta repressão do Estado para resistir aos ataques provenientes do Golpe.

Espera-se, assim, um novo ano de desafios colossais. Contudo, mesmo que a adversidade alcance níveis extraordinários, ela ainda estará aquém da capacidade de luta dos petroleiros e petroleiras que nunca se furtaram em defender suas conquistas, seus empregos, a Petrobrás e suas subsidiárias e, sobretudo, o Brasil

Nos encontramos, até a vitória,

em 2018 e sempre!

Diretoria Colegiada do Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense