Após 15 dias de vigília pelo fim dos PEDs, petroleiros se organizam para a luta em Brasília

Da Imprensa da FUP – Com salvas de palmas e agradecimentos pelo empenho das delegações de aposentados, pensionistas e trabalhadores do Sistema Petrobrás que se revezaram dia e noite na vigília pelo fim dos PEDs, as lideranças do Fórum em Defesa dos Participantes e Assistidos da Petros encerraram nesta quinta-feira, 04, o acampamento em frente ao Edisen, que abriga as gerências e diretorias da empresa, no Rio de Janeiro.

Foram 15 dias de mobilizações na vigília, que tiveram início em 20 de junho com um grande ato nacional que contou com a participação de cerca de 800 petroleiros e petroleiras de todo o país. De lá pra cá, a lona do acampamento tornou-se palco de debates, atividades culturais e de muita pressão política, que resultou em três reuniões com dirigentes da Petrobrás, inclusive com a presidenta Magda Chambriard, que ouviu os relatos dramáticos dos aposentados e pensionistas que estão em situação de vulnerabilidade devido aos descontos abusivos da Petros.

Reunião de representantes da vigília com a diretora Clarice Copetti e a Gerente Executiva de RH, Maria Louzada Soncin

Na terça-feira, 02, a diretora de Assuntos Corporativos da Petrobrás, Clarice Coppetti, voltou a reunir-se com uma representação da vigília e anunciou a implementação da Comissão Quadripartite, composta por representantes da Petrobrás, da Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (Sest), da Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) e das entidades que integram o Fórum.

Essa era uma das principais reivindicações da categoria, já que a construção de uma proposta que acabe com os equacionamentos dos déficits dos PPSPs envolve necessariamente uma ampla negociação com os órgãos reguladores e fiscalizadores da estatal e da Petros.

A luta agora, portanto, será redirecionada para Brasília, onde será instalada a Comissão, cuja representação do Fórum em Defesa dos Participantes e Assistidos lutará pelo atendimento das propostas discutidas no GT Petros. Principalmente os aportes financeiros da Petrobrás para resolver os problemas estruturais que geram déficits consecutivos nos planos de previdência PPSP-R e PPSP-NR. Para isso, será necessária uma ampla negociação, visando a construção de um acordo judicial com as entidades que têm ações cobrando as dívidas da patrocinadora.

O GT Petros também apontou a necessidade da transferência dos participantes e assistidos dos PPSPs para um novo plano de previdência complementar, cuja modelagem final e valor do aporte necessário serão definidos na Comissão Quadripartite.

Portanto, ainda há muita luta pela frente e disposição é o que não falta à categoria petroleira. Em reunião extraordinária ontem do Conselho Deliberativo da FUP, os sindicatos definiram encaminhamentos para reativar as brigadas petroleiras em Brasília. A retomada da vigília também não está descartada, se as negociações no âmbito da comissão não forem iniciadas nos próximos 15 dias, como deixaram claro as entidades do Fórum.