Da Imprensa do Sindipetro-BA e da FUP – O diretor de Exploração e Produção da Petrobrás (E&P), Carlos Alberto Pereira de Oliveira, mais conhecido como Capo, comunicou na terça-feira (19), através de videoconferência, que a companhia voltou atrás e suspendeu a hibernação dos seus campos terrestres de petróleo nos estados da Bahia, de Sergipe, Rio Grande do Norte, Alagoas, Ceará e norte do Espírito Santo.
De acordo com o diretor, até o final desse ano, a Petrobrás não fará novas hibernações e nem as que já estavam previstas. Mas não voltará atrás nas hibernações que já foram implementadas, todas em plataformas marítimas de água rasa. A notícia ainda não foi publicizada externamente, só internamente para os gerentes que ficaram cientes da decisão da estatal nessa quarta (20) e informaram ao Sindipetro Bahia.
A decisão mostra a importância da luta dos Sindipetros e da FUP, que não aceitaram o fechamento dos campos de petróleo, se posicionando na linha de frente para impedir que a medida absurda e irresponsável da Petrobrás tivesse êxito. Afinal, em plena pandemia da covid-19, a estatal no lugar de ajudar, começou a colocar em prática ações que aumentariam a crise sanitária e econômica no país, gerando milhares de pessoas desempregadas e redução da arrecadação de diversos municípios e estados.
Na Bahia, o Sindipetro procurou prefeitos, parlamentares, lideranças sindicais e de movimentos sociais para alertar sobre as consequências da suspensão das atividades dos campos de petróleo no estado e pedir ajuda. Após reuniões virtuais foram criadas frentes de trabalho por segmento e muitas ações foram colocadas em prática a exemplo do pedido de liminar para suspender a hibernação dos campos feito à Justiça pelo deputado federal, Joseildo Ramos (PT-BA).
“Foi um trabalho conjunto que fizemos e que deu um resultado positivo. Se as entidades sindicais não tivessem denunciado, não tivessem feito o movimento que fizeram envolvendo diversos atores da área política e sindical, a Petrobrás não teria voltado atrás”, analisa o diretor de comunicação do Sindipetro Bahia, Radiovaldo Costa.
O sindicalista cita também o importante papel da imprensa nesse contexto. “Procuramos os meios de comunicação e conseguimos um bom alcance, principalmente em rádios, jornais e sites de notícias, o que foi determinante para levar as nossas denúncias à sociedade, para que todos ficassem sabendo que a decisão da Petrobrás causaria a demissão de cerca de 4 mil pais e mães de família, afetando também a economia de diversos municípios produtores de petróleo e isso em plena pandemia da covid-19. Seria desumano”, afirma Radiovaldo.
Muitas pessoas foram importantes nesse processo de luta que levou ao adiamento da hibernação dos campos terrestres de petróleo, mas destacamos algumas que desde o inicio atenderam ao chamado do Sindipetro e fizeram questão de contribuir. São elas os senadores Jaques Wagner (PT) e Otto Alencar (PSD); os deputados federais Joseildo Ramos (PT), Paulo Azi (DEM), João Carlos Bacelar (Podemos), Jorge Solla (PT) e Marcelo Nilo (PSB); os deputados estaduais Alex Lima (PSB), Rosemberg Pinto ( PT) e Fátima Nunes; os prefeitos e prefeitas de Cardeal da Silva, Mariane Mercuri (PTN), de Esplanada, Aldemir de Franco (PRB), de Catu, Geranilson Dantas Requião (PT), de Alagoinhas, Joaquim Neto (PSD), de Araças, Gracinha (PT), de São Sebastião do Passé, Dr, Breno (PSD), de Candeias, Pitágoras Ipiauna (PP) e de Itanagra, Dania da Silva (PSL). Além de diversos vereadores.
O Sindipetro contou também com o apoio da CUT Bahia, que através da sua presidenta Leninha tratou sobre a hibernação dos campos de petróleo com o governador Rui Costa. A reunião contou ainda com a presença do presidente nacional da CUT, Sérgio Nobre. Além do apoio da CTB e das associações ATM e ATDEA.
Para Radiovaldo, a revolta e a indignação dos prefeitos, parlamentares, trabalhadores e sociedade contribuíram para que a atual gestão da Petrobrás suspendesse a hibernação dos campos.
De acordo com o coordenador do Sindipetro Bahia, Jairo Batista, a luta pela manutenção dos empregos, da arrecadação dos munícipios e estados continua. ”Tivemos uma importante vitória e partir de agora focaremos nossos esforços para tentar reverter também o fechamento das 16 sondas da Braserv anunciado pela Petrobrás. A atual gestão da empresa quer tirar a estatal do Nordeste, mas continuaremos fazendo tudo o que estiver ao nosso alcance para que isso não aconteça”.