Artigo: A luta pela sobrevivência da Petrobrás

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Normando Rodrigues*

O Senador Artur Virgílio (PSDB/AM) pediu desculpas por sua truculência e arrogância, ao instalar sozinho e na marra – talvez acostumado com as lutas de jiu-jitsu, que pratica – a CPI da Petrobrás. Mas não se desculpou por pretender destruir a estatal, no passado e agora.

O fato concreto que o PSDB quer ocultar é que a Petrobrás nunca teve uma existência tranqüila. Seu nascimento resultou de anos de luta entre os que acreditam no desenvolvimento nacional e os que queriam vender o Brasil em favor de muito poucos. Esses últimos hoje são maioria nos quadros de comando da Petrobrás, mas são minoria perante a opinião pública. Por isso dependem de manobras teatrais como a do Senador para sucessivamente debilitar a empresa e favorecer o capital internacional da indústria do petróleo.

Esse combate se iniciou logo após a Revolução de 1930, e teve grandes vitórias do povo brasileiro, como com a Lei 2.004, em 1953. Mas também registrou vitórias avassaladoras do capital contra o povo, que vão dos contratos de risco sob Geisel, em 1975, à inviabilização do monopólio estatal com a Lei 9.478, em 1997, a qual possibilitou que hoje a maior parte das reservas já mapeadas na camada do pré-sal esteja já sob posse da indústria mundial do petróleo, em “parcerias” nas quais o País fornece dados e tecnologia, em troca da renúncia à soberania nacional. 

O povo brasileiro, no passado, optou por se utilizar do petróleo para ser soberano e desenvolvido. Mas essa opção precisa ser renovada a todo o momento, incessantemente. Antes existiam os Lacerda e Roberto Campos, e a UDN. Agora temos o Artur Virgílio, Agripino Maia, tucanos e Demos.

É hora de afugentar os tucanos, do mesmo modo que, no passado, pusemos um certo “corvo” para correr.

* Assessor Jurídico do Sindipetro-NF e da FUP.