Artigo: O que diz o Aurélio? O que o povo tem a dizer?

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José Maria Rangel*

Desinvestimento segundo o dicionário Aurélio: “Operação de estratégia econômica, que consiste na supressão de investimento em estruturas parciais ou totais de uma empresa”. É isso que o governo, acionista majoritário, vem promovendo na maior empresa do país, a Petrobrás. O pretexto é viabilizar o plano de negócios e principalmente a exploração do Pré Sal.

No projetado leilão de Libra, a Petrobrás terá que desembolsar pelo menos R$ 4,5 bi, já que o bônus de assinatura começa em R$ 15 bi.

Para piorar as coisas o governo usa a defasagem de preços de derivados para segurar a inflação. Não busca alternativas que possibilitem distribuir esse custo com as distribuidoras privadas e os governos estaduais.

Com essa política o governo deixa de cumprir sua obrigação com a preservação e fortalecimento da maior empresa do país. De fato é uma fuga aos compromissos assumidos com o povo brasileiro nas eleições. Ou será que o governo esqueceu o ponto central da campanha presidencial de 2010 contra os tucanos? Nacionalistas x Privatistas.
Vencemos os nacionalistas, e aí vem leilão? Vem concessão? Isso é traição aos compromissos assumidos com o povo.

Não aceitamos os Leilões do petróleo. Precisamos ir às últimas consequências para barrar o Leilão de Libra.

Representando os empregados e as empregadas, no CA da Petrobrás mantenho coerência na defesa do patrimônio nacional. Voto contra a venda de ativos em solo brasileiro e me posiciono pela saída da empresa, de investimentos no exterior. Devemos investir aqui, gerar empregos aqui, desenvolver a nossa indústria. As riquezas do povo brasileiro devem ficar sobre o nosso controle, os outros povos têm o mesmo direito.

Dos quatro ativos desinvestidos, na reunião de 16-08, me posicionei contra a venda da nossa participação (35%) no Parque das Conchas e também condenei a venda das ações na Petroquímica Innova. Quanto a venda dos três blocos no Golfo do México e a pequena participação na Companhia Energética Potiguar (20%), térmica a óleo diesel, fui favorável. No primeiro caso, reitero que devemos investir no desenvolvimento no país e no caso da Térmica, além de termos pequena participação, possui baixa competitividade, custo elevado por ser a diesel e tem baixa previsão de despacho.

Para honrar nosso compromisso de transparência no exercício do mandato estive com os trabalhadores no Edisp (Edifício sede São Paulo) prestando contas e conclamando à luta contra o Leilão de Libra. Temos que ser incansáveis em mostrar no nosso circulo de amizade, que só a mobilização irá barrar o Leilão.

O povo vai dizer não ao leilão. Leilão é traição!

* Coordenador geral do Sindipetro-NF e representante dos Trabalhadores no Conselho de Administração da Petrobrás. Texto publicado originalmente no Blog do Representante dos Trabalhadores no CA. (Acesso aqui)