Greve de 24 horas no dia 26/03 é uma resposta da categoria aos ataques da gestão Magda, que vem esvaziando os fóruns de negociação coletiva e desrespeitando a boa-fé negocial. Orientação das Federações é que ninguem assine os termos individuais de adesão ao teletrabalho
[Da comunicação da FUP]
Com uma pauta de luta unitária da FUP e da FNP, a categoria petroleira está realizando assembleias em todas as bases do Sistema Petrobrás para deliberar sobre a aprovação da greve de 24 horas no dia 26 de março. A mobilização é uma resposta aos ataques crescentes da gestão Magda Chambriard aos fóruns de negociação coletiva, cuja postura tem sido de desrespeito às reivindicações dos trabalhadores e à boa-fé negocial, como está acontecendo atualmente com a PLR e o teletrabalho.
Soma-se a isso, a guerrilha jurídica da gestão da Petrobrás contra os trabalhadores, que retirou a parcela da RMNR incorporada ao salário, mesmo com decisão transitada e julgada, e está também atacando o repouso semanal remunerado e impondo dificuldades em rever as demissões e punições políticas dos governos passados.
Nas bases da FUP, as assembleias tiveram início no domingo e prosseguem até o próximo final de semana, com participação expressiva da categoria, que está referendando o indicativo de greve nacional de advertência no dia 26 de março.
No Edivit, escritório da Petrobrás em Vitória, a paralisação foi aprovada por unanimidade. Em Pernambuco, os trabalhadores da Refinaria Abreu e Lima e do Terminal de Suape etão aprovando o indicativo por ampla maioria. O mesmo acontece na Regap, em Minas Gerais, e nas bases de São Paulo que são representadas pelo Sindipetro Unificado (Recap, Replan, terminais de Guarema e de Barueri, UTE).
No Norte Fluminense, os petroleiros e petroleiras também seguem aprovando a greve de 24 horas, com grande participação nas assembleias de terra, como ocorreu na Praia Campista e no Parque de Tubos, onde não houve um voto contrário ao indicativo. Também já ocorreram assembleias em Cabiúnas e nas plataformas elas iniciam hoje, 18.
Em Duque de Caxias, as assembleias começaram nesta terça (18), com aprovação da greve por unanimidade pelo Grupo A da Reduc e pelo HA do Terminal de Campos Elíseos. Na Lubnor, no Ceará, os trabalhadores também estão aprovando o indicativo por unanimidade. Veja abaixo as fotos das assembleias já realizadas nas bases da FUP.
Confira a pauta de luta unificada de convocação da greve:
- Não à redução da Remuneração Variável, com garantia dos valores anunciados. É inaceitável que os trabalhadores que produziram os lucros tenham uma redução de 31% nos valores que foram apresentados em simuladores em dezembro do ano passado, enquanto a empresa repassará 207% dos lucros para os acionistas;
- Defesa do Teletrabalho. Imediato cancelamento do cronograma de mudança no Teletrabalho, cancelamento do termo de adesão individual e abertura de negociações de fato para uma regra negociada coletivamente, com atenção aos impactos que irá causar e assinada pela empresa e sindicatos;
- Fim dos PEDs do Plano Petros. É necessária uma solução definitiva aos PEDs, construída com as trabalhadoras e os trabalhadores, que traga de volta a dignidade àqueles que construíram essa empresa;
- Plano de Cargos, Carreira e Salário. Negociação imediata para a criação de um único plano, integrado para todo o Sistema. Que sejam corrigidas e reparadas as distorções criadas durante o período de dois planos vigentes. Que o novo plano valorize a negociação coletiva, as atribuições de cada cargo e a devida remuneração, além de possibilidades de progressão na carreira e mobilidades transparentes e justas, conforme proposta aprovada no seminário unitário das duas federações;
- Reposição do efetivo. Nunca houve uma queda tão brusca no número de trabalhadores como nos anos que se seguiram à Lava-Jato. É necessário a convocação de todos os concursados, inclusive do cadastro de reserva dos concursos já realizados e abertura de novos concursos;
- Fim dos acidentes, mortes e adoecimento no Sistema. Foram 6 fatalidades no Sistema Petrobrás no final de 2024. A empresa tem o dever de garantir a vida e a integridade dos trabalhadores e trabalhadoras que atuam no Sistema Petrobrás, sejam prestadores de serviços ou com vínculo direto;
- Garantir a retomada da produção na Fafen-PR com segurança. O fechamento da Fábrica de Fertilizantes no Paraná e a demissão dos trabalhadores foram o principal motivo para a greve nacional de 2020. A retomada da Petrobrás no setor de fertilizantes e a reabertura da FAFEN-PR é uma conquista da luta da categoria petroleira. Porém, não podemos admitir que essa retomada seja realizada sem segurança, principalmente por falta de efetivo;
- Por direitos, segurança e condições de trabalho dos prestadores de serviço em todo o Sistema Petrobrás. Precisamos melhorar a fiscalização dos contratos, modelo e política de licitação, mecanismos que garantam de fato o cumprimento da legislação trabalhista e a isonomia de jornada, com o fim da escala 6×1, que atinge os prestadores de serviço no Sistema Petrobrás;
- Contra qualquer forma de diferenciação das trabalhadoras e trabalhadores, que já estão na companhia e aqueles que estão se somando agora, inclusive nos adicionais de transferência definitiva e na ajuda de custos.
Assembleia no Parque de Tubos