A FUP e seus sindicatos seguem mobilizados, pressionando a Petrobrás a atender às exigências do INSS e restabelecer o convênio com o Instituto para pagamento dos benefícios através da Petros. Conforme aprovado pelo Conselho Nacional dos Aposentados e Pensionistas da FUP, os sindicatos estão realizando atos regionais pelo restabelecimento do convênio e cobrando diretamente ao RH e à Presidência da Petrobrás que resolvam o problema. Além disso, no dia 12 de abril, será realizado um grande ato nacional, em frente à sede da empresa, no Rio de Janeiro, com a presença de caravanas de vários estados do país.
A pressão já garantiu que a empresa mantenha a AMS dos aposentados e pensionistas e também dos trabalhadores da ativa que vierem a se aposentar enquanto o convênio estiver suspenso. De forma emergencial, a Petros também está discutindo um convênio provisório diretamente com o INSS para regularizar a cobrança e concessão de novos empréstimos por parte da Fundação, bem como o repasse de contribuições às entidades associativas. Esse convênio, no entanto, não resolve o impasse em torno do desconto da contribuição da AMS sobre a parcela do INSS, nem o restabelecimento da antecipação desse benefício, nas mesmas datas de pagamento dos trabalhadores da ativa, conforme garante o Acordo Coletivo.
Portanto, a FUP e seus sindicatos continuam na luta para manter todos os direitos da categoria e não aceitará que esse convênio provisório que a Petros está discutindo com o INSS isente a Petrobrás de qualquer responsabilidade em relação à AMS e demais conquistas garantidas através do antigo convênio. Outro pleito da Federação é que os atuais e futuros aposentados e pensionistas da Transpetro sejam incluídos no convênio com o INSS.
Lugar de mulher é onde ela quiser. E ela quer estar em todos os lugares!
O empoderamento da mulher petroleira no ambiente de trabalho, nos sindicatos, organizações públicas e demais esferas da sociedade organizada é um dos temas que serão abordados no I Encontro Nacional de Petroleiras Fupistas, que acontecerá entre os dias 05 e 07 de abril, no Rio de Janeiro. Organizado pelo Coletivo Nacional de Mulheres Petroleiras, em conjunto com a FUP e seus sindicatos, o evento tem como tema “Lugar de mulher é onde ela quiser! E ela quer estar em todos os lugares!” . O Encontro será fundamental para ampliar a organização da mulher petroleira e fortalecer o enfrentamento aos assédios moral e sexual, entre outras bandeiras de luta e reivindicações específicas do universo feminino.
O evento reunirá trabalhadoras de todas as bases representativas da FUP e também daquelas onde há atuação das oposições reconhecidas. Durante o Encontro Nacional, será aprovado o regimento interno do Coletivo Nacional de Mulheres Petroleiras e também eleito o seu colegiado de representantes. O Coletivo foi criado no ano passado durante a III Plenafup e é resultado dos encontros regionais de mulheres petroleiras.
A idéia ganhou força nos debates que aconteceram no início de 2012 em São Paulo e na Bahia e se solidificou no meio do ano, com a Plenária Nacional da FUP. De lá para cá, outros coletivos regionais de mulheres petroleiras voltaram a se encontrar no Rio Grande do Norte e na Região Sul do país. Na semana passada, mais uma reunião do Coletivo de São Paulo. “Precisamos unificar as lutas das mulheres por melhores condições de trabalho, trazendo os debates regionais para o âmbito nacional, com troca de ideias e de experiências”, destaca Marbe Cristina Noguerino, diretora do Sindipetro Unificado-SP e uma das lideranças do Coletivo Nacional de Mulheres Petroleiras.
Maiores informações sobre o Encontro Nacional de Petroleiras Fupistas podem ser obtidas na página da FUP: www.fup.org.br
Fórum Social Mundial traz novos ares à “Primavera Árabe”
Mais de 30 mil militantes sociais, estudantes, intelectuais, sindicalistas e ativistas políticos abriram na terça-feira, 26, a décima terceira edição do Fórum Social Mundial, com uma grande marcha que tomou as principais ruas do centro de Tunís, capital da Tunísia, país do Norte da África, onde há dois anos teve início a “Primavera Árabe”. Como em todas as edições anteriores, a FUP esteve presente e acompanhará as atividades, contribuindo com o debate de temas estratégicos, como soberania energética e inclusão social. Na quinta-feira, 28, a Federação e articuladores do projeto de alfabetização “Mova Brasil” participarão de um debate sobre educação e direitos humanos.
A marcha de abertura do FSM teve início na mesma praça, onde em dezembro de 2010 eclodiu a revolta social que derrubou em janeiro do ano seguinte o ditador Zine el Abidine Ben Ali, que há 24 anos comandava o país em um regime de terror e autoritarismo. Os protestos na Tunísia se espalharam para outros países do Norte da África e Oriente Médio, iniciando um movimento por democracia e direitos humanos, que ficou conhecido como a “Primavera Árabe”.
Tendo esse ano como principal tema a luta pela dignidade o Fórum Social Mundial volta a reafirmar que “Um outro mundo é possível”, conclamando os povos a repensarem alternativas ao atual modelo capitalista e aos sistemas de hegemonia e dominação política e cultural. Essa tem sido a razão de existência do FSM, desde que foi criado em janeiro de 2001, em contraposição ao Fórum Econômico Mundial.
A falência do capitalismo selvagem está no centro dos debates da crise que afeta hoje as duas margens do Mediterrâneo: os países do Norte da África e do Sul da Europa. Enquanto na Europa, os povos lutam para preservar suas conquistas sociais, os modelos econômicos adotados pela Tunísia e por outros países do Norte da África e do Oriente Médio são mais excludentes e ainda fazem a apologia do neoliberalismo, como alicerce da democracia. “Ditaduras foram eliminadas, mas o modelo econômico selvagem continuou”, ressalta o sociólogo português Boaventura de Souza Santos.
Esse é um dos principais debates que repercutirá nas atividades do Fórum Social Mundial, que prossegue até sábado, 30, com participação de cerca de 70 mil pessoas de todos os cantos do planeta. Algumas atividades já iniciaram os debates, como o 3º Fórum Mundial de Mídias Livres, que discutiu a democratização da comunicação e o fundamental papel das mídias sociais na “Primavera Árabe”; a Assembleia de Mulheres, que enfocou a luta feminina contra a opressão, principalmente nos países árabes e africanos; e a Assembleia Sindical, que contou com a participação da FUP, CUT e CTB e cujos debates reforçaram a necessidade de ações unitárias para se contrapor à globalização neoliberal e ao seu receituário de austeridade e retirada de direitos sociais.
Refinaria Abreu e Lima, uma questão de identidade
Nesta última semana, a Refinaria Abreu e Lima voltou a frequentar as páginas de jornais e redes de rádio e TV por conta da divulgação do planejamento estratégico da Petrobrás para os próximos anos. Além dos questionamentos de sempre da mídia e do mercado, a refinaria tem sofrido uma recorrente crise de identidade, alimentada por setores conservadores da própria empresa, que jamais aceitaram o fato da unidade ser batizada com o nome de um grande revolucionário brasileiro. Por isso, a mídia e os próprios trabalhadores se confundem e chamam de Rnest (Refinaria do Nordeste) a refinaria que homenageia um personagem ainda marginalizado nos tradicionais livros de história, mas que foi imprescindível nas lutas pela independência da América do Sul.
Daí a importância dos trabalhadores conhecerem a história de Abreu e Lima e reafirmarem a identidade da refinaria, que é a primeira a ser construída no Brasil desde 1980 e cuja importância já é estratégica para a soberania energética do nosso país. A Abreu e Lima aumentará em 11% a capacidade do parque de refino da Petrobrás e começará a entrar em produção em novembro do ano que vem.
O pernambucano libertário que lutou ao lado de Bolívar
José Ignácio Abreu e Lima era um jovem capitão da artilharia, quando, ao lado do seu pai – o ex-sacerdote conhecido como Padre Roma – participou da Revolução Pernambucana de 1817, que buscou libertar o Brasil do império português. Os ideais republicanos de Abreu e Lima foram sufocados, assim como a revolução. Preso, ele foi obrigado a assistir ao fuzilamento de seu pai. Mas nem assim esmoreceu. Somou-se às tropas de Simón Bolívar, onde foi consagrado general, e transformou-se em personagem fundamental da Revolução Bolivariana, que libertou a Venezuela, o Panamá, a Colômbia e o antigo Peru, cuja parte do território deu origem à atual Bolívia.
Conhecido como “o general das massas”, Abreu e Lima permaneceu ao lado de Bolívar até a morte do revolucionário, em 1831. Por seu papel histórico nas lutas pela independência da América do Sul, recebeu o título de Libertador de Nova Granada. De volta a Pernambuco, escreveu e publicou em 1855 o primeiro tratado sobre socialismo das Américas. Morreu em 1869 e teve seu corpo proibido de ser sepultado no povoado de Maricota, onde vinte anos antes liderou a Revolta Praieira. Coube a outro pernambucano libertário não deixar morrer a histórica de Abreu e Lima. Quando governador de Pernambuco, Barbosa Lima Sobrinho rebatizou a cidadezinha de Maricota para Abreu e Lima, que hoje pertence à região metropolitana de Recife.