Ato no Rio une forças e pressiona Petrobrás a pagar dívidas da Petros

Unir forças e pressionar a Petrobrás a pagar as dívidas com o fundo de pensão, assumir sua responsabilidade com o equacionamento dos déficits e aumentar a representação dos trabalhadores na diretoria da Petros. Estes são os objetivos do segundo ato nacional em defesa dos participantes da Petros

[Da comunicação da FUP | Fotos: Paulo Neves/FUP, Marcelo Aguiar/FUP e Luciana Fonseca/Sindipetro NF]

Petroleiros de várias regiões do país fizeram manifestação nesta quarta-feira, 23, em frente ao Edifício Senado (Edisen), atual sede da diretoria da Petrobrás, no Centro da cidade do Rio de Janeiro, em defesa da Fundação Petrobrás de Seguridade Social (Petros).

Convocado pela Federação Única dos Petroleiros (FUP), Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) e outras entidades representantes dos petroleiros, o movimento teve por objetivo pressionar a Petrobrás a pagar dívidas com o fundo de pensão, acabar com os programas de equacionamento de déficit que penalizam os trabalhadores, e aumentar a representação da categoria na diretoria da Fundação.

Houve também ato em defesa dos participantes e assistidos da Petros em frente à sede da Petrobrás em Salvador, no edifício Torre Pituba, que reuniu centenas de aposentados, pensionistas e trabalhadores da ativa.

“O foco central desse ato é pressionar a Petrobrás, para que ela continue as mudanças no conselho deliberativo da Petros. Ainda tem pessoas indicadas que estão no conselho e não ajudam no processo de negociação com entidades sindicais à respeito do déficit da Petros. É necessária essa mudança para que a Petrobrás, que deve à Fundação em torno de R$ 20 bilhões, possa sanar esse déficit a partir de um grande acordo que precisa ser feito, principalmente com a FUP que tem uma ação judicial desde  2001”, destacou o coordenador-geral da FUP,  Deyvid Bacelar, durante a manifestação.   Ele lembrou que é preciso “acordo nos autos do processo para que possa acabar de forma definitiva com o sangramento no bolso dos aposentados e pensionistas”.

“A Petrobrás tem que pagar essa conta, que é dela. Os aposentados não suportam mais. Tá na hora de resolver. A categoria espera que a direção da Petrobrás tome uma decisão política, econômica e financeira que liberte todos nós dessa cobrança absurda e injusta”, reforçou Radiovaldo Costa, diretor do Sindipetro-Bahia.
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Este foi o segundo ato nacional dos petroleiros, este ano, em defesa dos participantes da Petros.  A categoria defende mudanças na gestão da Petros, e reivindica que a diretoria da Fundação seja 50% eleita pelos trabalhadores, a fim de que tenham gestão sobre o que é feito no fundo de pensão, que é o segundo maior do país. Atualmente, a gestão é formada apenas por indicação.

A Petros vem sofrendo com problemas de gestão a ponto de os assistidos – aposentados e pensionistas – terem dificuldade para ter acesso à aposentadoria, além de reduzir benefícios, provocando insegurança financeira, e prejudicar o pagamento de aposentadorias por causa dos Programas de Equacionamento de Déficit (PEDs).

Cibele Vieira, diretora da FUP e coordenadora- geral do Sindipetro SP, enfatizou a importância deste momento de reconstrução no Brasil, “a gente precisa reconstruir a categoria petroleira como um todo e devemos cuidar de quem mais sofreu ataque nesses últimos anos que foram aposentados, aposentadas e pensionistas da Petros. Tentaram acabar com a memória coletiva da categoria, mas a gente não tem como aceitar que isso continue. Precisamos acabar com esse equacionamento e também melhorar as condições da AMS.”

Paulo Neves, diretor da FUP e do Sindipetro AM destacou que o caráter de unidade nacional do ato, “é muito importante para resolver um problema do tamanho do que é o equacionamento da Petros, é somente com a unidade da classe trabalhadora que vamos conseguir encontrar uma solução justa para resolver um problema que tem penalizado especialmente aposentados e pensionistas.” E lembrou, “há também outro fator que a gente precisa considerar e que ocorre de forma simultânea que é a eleição para o conselho deliberativo e do conselho fiscal da Petros. Somente com um conselho atuante e compromissado com um projeto que visa resolver questões estruturais é que a gente vai poder trazer o conforto que as pessoas tanto esperam do seu plano de previdência.”

Categoria quer aumentar representação na gestão da Petros

Segundo Tezeu Bezerra, diretor da FUP e coordenador- geral do Sindipetro-NF, “o governo Bolsonaro foi cruel para o trabalhador. Esse ato é um chute final que os petroleiros querem dar na gestão bolsonarista que ainda insiste em permanecer na Petrobrás. Estamos aqui para dar um basta nisso e lembrar que ainda tem bolsonarista tentando se eleger no Conselho da Petros”.

Os petroleiros estão em campanha para eleição dos conselhos Deliberativo e Fiscal da Petros, que ocorrerá entre os dias 29 de setembro e 9 de outubro. O Conselho Deliberativo, órgão máximo da Petros, é responsável pela aprovação da política geral de administração da Fundação e de seus planos.  A FUP e a FNP se uniram no pleito, em defesa das aposentadorias, com a chapa “Unidos pelo Futuro da Petros.”