Ato público no aeroporto de Macaé abriu hoje o conjunto de atividades dos petroleiros da região para marcar a passagem dos dez anos da tragédia da P-36. Pela manhã, diretores do Sindipetro-NF e familiares das vítimas da tragédia, entre eles nove viúvas, falaram aos trabalhadores que aguardavam seus voos para a Bacia de Campos.
Em um dos momentos mais emocionantes da manifestação, Marilena Sousa, esposa de Josevaldo Dias Sousa, um dos mortos da P-36, leu uma poesia feita no horário exato em que se completava uma década do acidente. Também falou aos participantes outra viúva da tragédia, Luzineide Maria Santana Lima , esposa de Emanuel Portela Lima.
Diretores do NF falaram sobre a situação de insegurança na Bacia de Campos e lembraram que, somente na região, 74 petroleiros morreram em acidentes de trabalho no setor petróleo. Em todo o país, este número chega a 145.
Também deram seus depoimentos sobre a segurança no trabalho na indústria do petróleo sindicalistas e assessores convidados para participar da Conferência Sindical Internacional Segurança no Trabalho Offshore, que o Sindipetro-NF promove de hoje a quinta-feira.
Como ocorre em todos os atos que lembram as vítimas da indústria do petróleo, os nomes dos petroleiros mortos na P-36 foram lidos durante a manifestação. Após a citação de cada nome, cerca de 100 presentes gritavam “presente!”, como forma de homenagem. Também foi observado um minuto de silêncio.
Além do ato público de hoje e da Conferência Internacional, o Sindipetro-NF marca a passagem dos dez anos da tragédia da P-36 com o indicativo de realização, em todas as áreas operacionais, de levantamento das condições de segurança dos trabalhadores. Este tipo de levantamento tem contribuído para subsidiar denúncias sobre a insegurança nas unidades, chegando a haver casos históricos de interdições de plataformas, como foram os casos de PCH-2, em fevereiro, e de P-27, P-33 e P-35, em 2010.