[Da comunicação da FUP, com informações dos sindicatos]
O aniversário de 72 anos da Petrobrás nesta sexta-feira, 03 de outubro, foi marcado por vários atos da FUP e de seus sindicatos, em protesto contra a tentativa de privatização das usinas da PBio, subsidiária da estatal que deveria está sendo fortalecida para contribuir com o projeto de transição energética justa e inclusiva, reivindicado pela categoria petroleira e pela sociedade brasileira. Os atos foram realizados nas duas usinas da PBio – Montes Claros/MG e Candeias/BA, em refinarias da Petrobrás (Lubnor/CE, RNEST/PE, Revap/SP, Reduc/RJ, Repar e Fafen/PR), no Terminal da Transpetro, em Barueri, e no Farol de São Tomé, no Norte Fluminense.
No ato da PBio, em Candeias, o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar, afirmou que o novo modelo de negócio, com parcerias privadas e precarização das condições de trabalho que está sendo desenhado pela atual gestão da Petrobrás não representa o programa de governo apoiado pelos petroleiros. “Tenho certeza absoluta de que o presidente Lula é contrário a esse modelo de negócio vislumbrado pela atual gestão da Petrobrás de fazer parceria com a Oleoplan, conhecida por acidentes fatais e descumprimento de normas de segurança e trabalhistas”, declarou.
Bacelar lembrou que, quando a PBio foi criada, em 2008, no segundo governo Lula, tinha como objetivo fomentar a agricultura familiar e contribuir para uma transição energética justa e inclusiva, por meio do fornecimento de oleaginosas, como mamona, dendê e pinhão. “Com a nova Petrobrás que surgiu com o presidente Lula, a PBio pela primeira vez na sua história teve lucro. É inadmissível que tenhamos nesse governo, que ajudamos a construir e que é contrário às privatizações, uma possibilidade de privatização da subsidiária da Petrobrás que é o braço da transição energética”, criticou.
Na usina da PBio em Montes Claros, em Minas Gerais, outro grande ato reuniu lideranças sindicais de vários estados e movimentos sociais em protesto contra os retrocessos que ameaçam o futuro da subsidiária. A diretora da FUP, Cibele Vieira, afirmou que a Petrobrás tem condições de incorporar as usinas e seus trabalhadores à holding e que não há justificativas para a empresa privatizar as unidades. “Desde antes da mudança de governo, a FUP defende esse caminho”, apontou.
No Farol de São Tomé, em Campos, onde os trabalhadores embarcam e desembarcam para as plataforma do Norte Fluminense, o diretor da FUP e coordenador geral do Sindipetro-NF, Sérgio Borges, destacou o papel central da Petrobrás para o desenvolvimento nacional e a geração de empregos. “A gente viu o que aconteceu há alguns anos quando a Petrobrás foi enfraquecida. Tinha empresa privada pagando salário mínimo para petroleiro embarcado, tinha companheiros nossos trabalhando como Uber. A gente lembra das demissões em massa. Quando se enfraquece uma empresa estatal, a consequência é para todo mundo. Até hoje a gente sofre com o sucateamento que foi feito na Bacia de Campos, muitas plataformas ainda com problemas de integridade, com problemas em rotas de fuga, nos equipamentos de segurança, nos botes, guindastes, bombas de incêndio”, afirmou o sindicalista.
Nas bases do Sindipetro Unificado, os atos contra a privatização da PBio tiveram início na terça (30/09), no Terminal da Transpetro, em São Caetano do Sul, e prosseguiram ao longo da semana, com protestos na quarta (01/10), na Recap, e quinta (02), na Replan.
Nesta sexta (03), o ato foi realizado no Terminal da Transpetro, em Barueri, onde o diretor da FUP e do Sindipetro, Para Pedro Nascimento, enfatizou que a luta contra a transferência de usinas para a iniciativa privada é decisiva para o futuro da estatal. “Em um momento de retomada, em que a Petrobrás volta a investir e tem a missão de liderar a transição energética justa nesse país, vamos entregar a operação de unidades estratégicas como as usinas de biocombustíveis para a iniciativa privada? É inaceitável e não vamos permitir”, afirmou.
Em Araucária, ato em frente à Repar e à Fafen PR foi organizado pelo Sindipetro Paraná e Santa Catarina, em conjunto com o Sindiquímica-PR e o Sindimont-PR, para celebrar os 72 anos da Petrobrás e, ao mesmo tempo, cobrar da gestão um Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) digno e a defesa do Sistema Petrobrás. Além da defesa da PBio, a mobilização trouxe à tona bandeiras fundamentais para a categoria, como o fortalecimento da Petrobrás, a repartição justa da riqueza gerada pelo petróleo e o equacionamento dos déficits da Petros.