Aumenta a pressão popular pela reabertura da Fafen-PR

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Davi Macedo / Do Sindipetro PR-SC – O ato realizado na manhã desta sexta-feira (15), em frente a Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná (Fafen-PR), em Araucária, mostrou que a sociedade está mobilizada pela reabertura desta unidade da Petrobrás, fechada há quatro anos, durante o governo Bolsonaro.

Convocada pelo Sindiquímica-PR, Sindipetro PR e SC e Sindimont PR, a manifestação reuniu cerca de duas mil pessoas, entre trabalhadores petroquímicos demitidos com o fechamento da unidade, terceirizados e petroleiros, além de lideranças dos movimentos sociais e sindicais, políticos e cidadãos araucarienses.

“Chega de dar recado para a gestão da Petrobrás. Esta é a última vez que nós vamos pedir. Depois vamos mudar o tom da conversa. Queremos a reabertura da Fafen já”, disse de forma contundente o presidente do Sindipetro PR-SC, Alexandro Guilherme Jorge. Segundo ele, a fábrica está pronta para ser reaberta. “É só a Diretoria Executiva da Petrobrás aprovar. Era para ter sido hoje. A gente queria fechar o dia com um grande churrasco aqui para comemorar com todo mundo, mas eles adiaram, ficou para o próximo dia 25. Precisamos aumentar a pressão e cobrar os parlamentares e até o presidente Lula. Eles têm que fazer com que as coisas aconteçam, ninguém aguenta mais esperar”, completou.

Marco Godinho, coordenador do Sindiquímica-PR, relembrou o processo que ocasionou o fechamento da Fafen. “Foi uma decisão política, que começou lá em 2016, com o golpe, e veio se arrastando até 2020, quando culminou com o fechamento equivocado dessa fábrica. A reabertura da Fafen é necessária não só para Araucária, mas também para o Paraná e o Brasil. É um evento em cadeia que vai fazer a economia girar. E a presença dos trabalhadores neste ato hoje é uma demonstração de força e de coragem, não apenas pela reabertura de uma unidade, mas pela soberania do país”, destacou.

Antes da hibernação, a Fafen-PR era responsável por parcela significativa da produção de ureia e amônia consumidas no mercado brasileiro, utilizadas como matérias-primas na fabricação de fertilizantes. Também produzia em larga escala a Arla 32, produto voltado para reduzir quimicamente a emissão de óxido de nitrogênio nos gases de escape dos veículos movidos a diesel.

A presença de várias organizações da sociedade civil na manifestação comprovou que a reabertura da Fafen-PR virou uma pauta de toda sociedade. A União Paranaense dos Estudantes (UPE), União Nacional dos Estudantes (UNE), Central Única dos Trabalhadores (CUT), Movimentos dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e Frente de Organização dos Trabalhadores (Fort) foram algumas instituições que abraçaram a causa e estão mobilizadas.

Também participaram do ato o deputado federal Tadeu Veneri (PT-PR), a deputada estadual Ana Júlia (PT), o vereador de Araucária Fábio Pavoni (PV) e representantes dos mandatos da deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR) e do deputado estadual Arilson Chiorato (PT).

Após o protesto, lideranças sindicais e políticas participaram de uma reunião dentro da Fafen com uma comitiva da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), em mais uma articulação para somar forças na campanha pela reabertura da fábrica.

O caminho da luta foi longo até aqui. Em 2020, os petroleiros e petroleiras fizeram uma das maiores greves da história da categoria em defesa dos trabalhadores demitidos e pela preservação da unidade. Continua passando tempo e a FAFEN-PR não é reaberta. Mas ninguém vai parar até conseguir o objetivo. O recado dos trabalhadores e trabalhadoras e da sociedade de Araucária é claro: reabertura da FAFEN-PR já!

[Foto: Davi Macedo]