Rede Brasil Atual – Representantes dos bancários e dos bancos voltam a se reunir nesta sexta-feira (17), na sétima rodada de negociação, com a expectativa de que a Fenaban, federação patronal, apresente nova proposta de acordo. A anterior foi rejeitada em assembleias pelo país, na semana passada. A reunião está marcada para as 10h, em São Paulo. A partir de 9h, os bancários farão um “twittaço” na rede social.
A oferta previa reajuste salarial com base na variação do INPC-IBGE, índice que seria aplicado também para pisos e verbas, como participação nos lucros ou resultados (PLR) e vales alimentação e refeição, entre outros. A projeção é de que esse índice atinja 3,82% em 12 meses, até agosto, véspera da data-base. O acordo teria validade por quatro anos.
“Os bancários deixaram claro que não vão aceitar proposta sem aumento real”, afirma a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira, uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários. “Também não admitem nenhum direito a menos e isso se aplica também aos acordos específicos dos bancos públicos”, acrescentou. “É decepcionante ver como os bancos regateiam com os direitos dos seus empregados, os principais responsáveis pelos excelentes resultados do setor. O lucro dos bancos cresceu quase 34% em 2017. Como podem pensar em não pagar aumento real aos trabalhadores?”
Além disso, criticou Juvandia, o setor patronal não apresentou propostas sobre outros temas importantes, como saúde, manutenção do emprego e preservação de direitos. “Os negociadores dos bancos afirmam querer resolver a campanha na mesa de negociação, mas até agora não trouxeram respostas a reivindicações fundamentais para a categoria, como manutenção dos empregos e a não adoção das novas formas de contratação previstas na lei trabalhista do pós-golpe, que precariza as relações de trabalho.”
“Esperamos que, nessa nova negociação, a Fenaban e os bancos públicos apresentem proposta que respeite o esforço dos bancários, responsáveis pelos lucros sempre crescentes do setor”, reforça a presidenta do sindicato de São Paulo, Osasco e Região, Ivone Silva. Segundo ela, uma proposta “que não garante os empregos dos trabalhadores, não oferece nem um centavo de aumento real por quatro anos e não dá resposta a outras reivindicações é inaceitável”.