Nascente Especial para as bases administrativas: Imbetiba – Parque de Tubos – Edima – Edica – Santa Mônica e Petroffice
Neste dia 3 de Outubro, quando a Petrobrás comemora seus 60 anos, os trabalhadores estarão mobilizados para mostrar, mais uma vez, que quem constrói a empresa são seus empregados e o povo brasileiro. A data vai marcar o início das mobilizações da Campanha Reivindicatória. Além das bandeiras de luta da Campanha dos petroleiros, farão parte das manifestações os temas da defesa da suspensão do leilão do campo de Libra e pela derrota do Projeto de Lei da Terceirização (PL 4330).
Para o Norte Fluminense, o sindicato prepara, para as instalações de terra, em Macaé, um Ato Público às 7h em uma das bases.
Aos petroleiros das bases administrativas da Petrobrás não faltam motivos para entrar na mobilização. Como mostra esta edição especial do Nascente, assim como ocorre nas bases operacionais, os trabalhadores sofrem com os problemas decorrentes da má gestão da empresa, dos abusos gerenciais e assédios. Além disso, estes petroleiros são abrangidos por todas as necessárias conquistas nas áreas econômica e social do Acordo Coletivo.
Os trabalhadores das bases de terra têm ainda um papel especial: são eles que têm, no dia a dia, uma maior interação com o cotidiano das cidades e, nos Atos Públicos e outras mobilizações, têm potencial para dar mais visibilidade às lutas da categoria e da cidadania.
Parque de Tubos / Novo Cavaleiros
Sindicato quer inspeção em prédio
Cipa também reivindica a verificação das instalações de novo edifício antes da ocupação
O Sindipetro-NF e a Cipa do Parque de Tubos estão cobrando da Petrobrás a realização de uma inspeção em um novo prédio administrativo em Novo Cavaleiros. O sindicato e a comissão avaliam que é mais fácil identificar eventuais problemas e necessidades antes de o edifício ser ocupado.
“Depois de ocupado é sempre mais complexo resolver pendências e acaba sendo usada a velha política do fato consumado, que já temos combatido e é o que aconteceu com o ponto de embarque no aeroporto de Campos”, afirma o coordenador do NF, José Maria Rangel.
Em um caso recente, na nova estação de passageiros de Farol de São Tomé, a empresa convidou o sindicato para uma inspeção e foram identificados problemas antes da ocupação. Há, no entanto, casos que poderiam ter sido evitados ainda na fase do projeto.
Apesar do sindicato ter levado a proposta da inspeção no prédio à comissão local de SMS, em reunião que contou com representantes do RH, e a empresa ter aceitado a inspeção, ainda há gerentes da empresa que estão resistentes à ideia, com o argumento de que a Cipa não teria competência para essa atividade. O NF questiona: qual o verdadeiro motivo para essa resistência?
Problema também no S. Mônica
O Sindipetro-NF recebeu dos trabalhadores do Prédio Santa Mônica uma relação de denúncias sobre segurança. Há problemas, por exemplo, no sistema de combate a incêndio, que já teve solução cobrada pelo sindicato na comissão local de SMS. O argumento da empresa é o de que o prédio está autorizado pelo Corpo de Bombeiros. A entidade vai fazer ofício para os Bombeiros para cobrar um posicionamento oficial sobre este e outros pontos identificados.
Horas extras
Categoria enfrenta problemas com HE
Empresa desconta quando saldo ultrapassa 32 horas negativas mas não paga quando o saldo positivo é maior que 32 horas
Um dos temas nacionais da categoria, e que afeta diretamente o trabalhador de bases administrativas, é o pagamento de horas extras. O sindicato tem criticado em reuniões com a empresa e cobra uma solução imediata para os casos de não pagamento do direito quando há acúmulo acima de 32 horas positivas no horário flexível.
“Quando o trabalhador trabalha menos é descontado, mas quando passa das 32 horas nada é pago. Horas extras realizadas têm que ser pagas”, protesta o diretor sindical Marcelo Abrahão.
Apontamento de horas
Também têm ocorrido problemas na forma de apontar horas de viagens a serviço da empresa. O sindicato têm recebido relatos de trabalhadores sobre a situação. A categoria afirma que as mudanças no apontamento não resolveram ocorrências que continuam a causar prejuízos aos trabalhadores.
A entidade vai voltar a questionar o RH da empresa sobre essa nova forma de apontamento das horas e cobrar uma solução.
Assédio
Big Brother na US-Log
Câmeras até mesmo em estações de trabalho
Imagine trabalhar em uma sala com uma câmera apontada para a sua mesa. É o que está acontecendo nas áreas da US-Log no Parque de Tubos e no píer de Imbetiba. Com a desculpa de que os equipamentos são necessários para realizar videoscon-ferências, as gerências instalaram câmeras até mesmo em salas pequenas, que monitoram diretamente as atividades do trabalhador.
Apesar de a instalação ter sido feita há alguns meses, nenhuma videoconferência foi feita até o momento, e os petroleiros da base acreditam que a real intenção das chefias é vigiar o comportamento dos trabalhadores.
Para o Sindipetro-NF, a instalação de câmeras de vigilância por parte das empresas só se justifica para preservar a segurança e o patrimônio. Neste caso, segundo a entidade, está clara a intenção de vigiar os trabalhadores de turno e flagrar situações que possam servir para punições.
Assédio
“Como punição, alguns trabalhadores perderam o turno e os seus postos de trabalho foram ocupados por trabalhadores terceirizados. Será esse o objetivo? Alguns trabalhadores aposentados na ativa, constrangidos com os novos métodos da gerência, estão se desligando. Será esse o objetivo? É essa a empresa que a presidente Graça Foster diz não admitir assédios?”, protesta o diretor do NF, Marcelo Abrahão.
O sindicato foi informado ainda de que coordenadores e supervisores de turno no PT também fizeram um escala de revezamento, para tentar flagrar os trabalhadores. A entidade quer saber se esta não seria uma forma apenas de arrancar mais umas horas extras para estes chefes. Diariamente, um deles aparece no meio da madrugada com esse objetivo.
Transporte urbano: Por melhor acesso ao trabalho
O Sindipetro-NF, a Cipa e petroleiros que atuam nas bases de Macaé e enfrentam as difuldades da precária mobilidade urbana no município, especialmente na ligação com a vizinha Rio das Ostras, estão organizando um abaixo assinado para propor soluções para o caos no trânsito e cobrar providências. Os trabalhadores querem o empenho das prefeituras envolvidas.
Entre as propostas levantadas pelos petroleiros, que constarão do abaixo-assinado, estão a duplicação da rodovia entre Cabo Frio e Macaé, a criação de rotas alternativas com a construção de novas pontes sobre o rio Imboassica e a melhoria e o estímulo ao uso de transportes coletivos.
Os trabalhadores também avaliam que as cidades poderiam discutir a unificação de tarifas do transporte público entre os municípios, aumentar o número de veículos coletivos e otimizar o uso das paradas próximas às áreas industriais.
Para o Sindipetro-NF, a Petrobrás também deve contribuir neste debate, uma vez que tem um grande protagonismo econômico na região e deve cuidar da qualidade de vida dos seus trabalhadores e da comunidade. Em razão disso, o abaixo-assinado também será direcionado para a empresa.
A categoria entende que as medidas propostas produzirão a redução do tempo de acesso ao local de trabalho, o número de acidentes, a poluição ambiental e o estresse causado pelos constantes engarrafamentos.
Curtas
Custo Macaé
Pesquisa da subseção do Dieese do Sindipetro-NF mostra que, em agosto de 2013, o custo da cesta básica de Macaé foi de R$ 260,66, uma redução de 1,20% em relação a julho. Neste mês, completou-se um ano em que as primeiras informações da pesquisa da cesta básica no município foram divulgadas. Veja os preços em http://bit.ly/1b2UEZO.
Campanha
A Petrobrás se comprometeu a apresentar uma proposta completa de ACT na semana do dia 07 de outubro, quando a empresa se manifestará também em relação ao regramento das PLRs futuras. A FUP e seus sindicatos voltam a se reunir no próximo dia 08, em um novo Conselho Deliberativo, para discutirem os próximos passos da campanha reivindicatória.
Curtinhas
** Sindicatos e movimentos sociais da região de Campinas (SP) lançaram na sexta, 27, o “Comitê Regional contra o Leilão de Libra e em Defesa do Pré-Sal”.
** A greve nacional dos bancários completa hoje 12 dias e mantém fechadas mais de 10.500 agências e centros administrativos em todo o País. O movimento é o maior dos últimos anos e, de acordo com os sindicalistas do setor, deve continuar a crescer.
** Continua a campanha em favor do Projeto de Lei da Mídia Democrática, que tem apoio do Sindipetro-NF. Informações emwww.paraexpressaraliberdade.org.br.
