Nesta terça-feira, 04, os trabalhadores do Sistema Petrobrás deram continuidade às mobilizações por condições dignas e seguras de trabalho para todos os petroleiros. Atos e atrasos de duas horas na entrada do expediente foram realizados na Refinaria de Capuava (Recap), em Mauá, na Grande São Paulo, no Complexo Portuário de Suape, em Pernambuco, e nas unidades da Petrobrás em São Mateus, no Espírito Santo. Os atos foram encerrados com um minuto de silêncio em memória das vítimas do acidente aéreo ocorrido no último dia 26, em Macaé.
As mobilizações seguem até sexta-feira, com atrasos e protestos diários nas unidades de refino, terminais, E&P e escritórios administrativos cobrando o fim dos acidentes e mudanças urgentes nas políticas de SMS e de terceirização da Petrobrás. Cada dia, as mobilizações ocorrerão em diferentes unidades da empresa.
Na segunda-feira, 03, a mobilização ocorreu na Refinaria de Paulínia (Replan), onde trabalhadores atrasaram em duas horas a entrada no expediente do turno e do administrativo. Nesta quarta-feira, 05, os atos serão realizados nas unidades do Rio Grande do Norte, na sede da Petrobrás em Vitória, e nas bases do Unificado de São Paulo
As mobilizações em defesa da vida foram iniciadas sexta-feira passada (29/02) na Bacia de Campos, onde os petroleiros interromperam por 24 horas a emissão de Permissões de Trabalho nas plataformas e demais unidades da região.
Direito de Recusa: Petroleiros da Bacia de Campos negam-se a embarcar nos vôos da BHS
Nesta segunda e terça-feira (03 e 04), mais 28 petroleiros recusaram-se a embarcar nos vôos da BHS que partiriam para as plataformas da Bacia de Campos. Os trabalhadores tomaram a decisão amparados pela cláusula do Acordo Coletivo que garante o Direito de Recusa em situações de risco. O Sindipetro-NF e a FUP orientam todos os petroleiros da região, sejam eles próprios ou terceirizados, a exercerem este direito sempre que necessário.
Segundo o Sindipetro-NF, hoje pela manhã (04), nove petroleiros negaram-se a embarcar em aeronave da BHS por causa do risco de acontecer um novo acidente. O vôo foi redirecionado para a Lider. O NF recebeu ainda uma ata de assembléia da P-18 acatando a orientação de não voar com a empresa até que sejam confirmadas as condições de segurança dos vôos. A troca de turma da P-18 está prevista para a quarta, 5 no heliporto de Farol de STME.
Na manhã de segunda-feira,03, outros 19 trabalhadores utilizaram do Direito de Recusa e se negaram a embarcar no helicóptero da BHS que iria para a P-23. Na sexta-feira passada, 29/02, dez petroleiros se recusaram a embarcar no helicóptero da empresa que os levaria para a plataforma P-08.
Para trabalhadores, BHS é sinônimo de insegurança
A BHS é a principal empresa prestadora de serviço para a Petrobrás na área de transporte aéreo. Além do acidente que causou a morte de cinco petroleiros no último dia 26 e ferimentos em outros 14 trabalhadores resgatados com vida, a BHS tem constantemente protagonizado problemas em embarques e desembarques nas plataformas da Bacia de Campos. Os petroleiros informam que tem sido rotineiros “sustos” e incidentes nos vôos da empresa. Além disso, a BHS foi responsável por outros dois acidentes fatais ocorridos na Bacia de Campos em 2003 e em 2004, que resultaram na morte de 11 trabalhadores.
Na sexta-feira, 28, a Delegacia Regional do Trabalho interditou a oficina da empresa em Macaé.