Da Imprensa da FUP – Às vésperas do segundo turno da eleição presidencial, a equipe do candidato da extrema direita, Jair Bolsonaro, já começa a dar pistas do que está por vir no campo econômico, se ele for eleito no domingo. Fica cada vez mais clara a intenção de se radicalizar a entrega do pré-sal para as petroleiras estrangeiras e acelerar a privatização da Petrobrás. Nos bastidores da campanha, ganha força o nome do deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA) para o Ministério das Minas e Energia, caso Bolsonaro saia vitorioso das urnas.
Aleluia é um conhecido lobista das petrolíferas estrangeiras e, nas semanas que antecederam o golpe de 2016, foi um dos articuladores da aprovação do projeto do senador José Serra (PSDB), que abriu a operação do pré-sal para as multinacionais. Sua indicação para o Ministério das Minas e Energia já é dada como certa por vários setores, como informa a reportagem da Agência Infra.
Em entrevista logo após o primeiro turno, Jair Bolsonaro já havia declarado que é a favor da continuidade dos leilões de petróleo, alegando que o Brasil não tem recursos para explorar o pré-sal.
Vale lembrar que seu guru e mentor econômico, o investidor Paulo Guedes, tem estreitas relações com o mercado financeiro, e já declarou que é a favor da privatização de todas as estatais brasileiras. Tanto ele, quanto Bolsonaro afirmaram publicamente serem a favor da desintegração da Petrobrás, com venda integral das refinarias, terminais, oleodutos e gasodutos. Guedes e sua equipe também defendem a indexação de preços de derivados ao mercado internacional, bem como o fim do que restou da política de conteúdo local.
Além disso, o capitão reformado do Exército quer um militar como presidente da Petrobrás, conforme revela nesta quinta-feira, 25, o jornal O Estado de São Paulo. Segundo a imprensa vem divulgando, Bolsonaro teria o compromisso de nomear até cinco generais para o seu gabinete.
Militarizar a gestão da Petrobrás é voltar aos tempos da ditadura, quando oito militares presidiram a empresa, entre eles o general Ernesto Geisel, que logo depois foi nomeado pelas Forças Armadas para a Presidência do país.
A ditadura militar foi um dos períodos de maior corrupção no Brasil. Num Estado de exceção, onde o autoritarismo e a repressão são a base do governo, uma das regras do jogo é a apropriação do público pelo privado, em troca de privilégios e da garantia de impunidade. Foi assim que aconteceu por mais de duas décadas durante a ditadura, quando os militares controlavam o Judiciário, o Legislativo e a imprensa.
“As empreiteiras foram sócias da ditadura”, revela o historiador Pedro Henrique Pedreira Campos, autor do livro Estranhas Catedrais – As Empreiteiras Brasileiras e a Ditadura Civil-Militar, onde ele explica como as grandes empreiteiras foram beneficiadas pelo regime militar e conseguiram manter seu poder sobre o Estado, mesmo após a redemocratização.
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[Com informações das agências de notícias]