Cabiúnas abre sequência de assembleias no NF

O Grupo C e o Administrativo da base de Cabiúnas abriram, nesta manhã, a sequência de assembleias que a categoria petroleira na região realiza até a próxima segunda, 17, para avaliar indicativo de rejeição de proposta de regramento da Participação nos Lucros e Resultados (PLR), apresentada pela Petrobrás no dia 30 de novembro.

O sindicato indica a rejeição da proposta da empresa que, com nova metodologia, altera profundamente o acordo pactuado com os trabalhadores em 2014.

As assembleias também tratam do cenário de acidentes, privatizações e o futuro da Petrobrás e dos trabalhadores do setor petróleo.

O Sindipetro-NF orienta que cada assembleia, em terra ou off-shore, destaque e informe à entidade os três principais problemas de segurança no local de trabalho, incluindo os impactos com a redução de efetivo. O sindicato também orienta que estes impactos sejam registrados nas atas da Cipa.

Além destes pontos, a entidade orienta a categoria a aprovar, na assembleia, um manifesto que registra para a população brasileira a realidade vivida pelos petroleiros e petroleiras e a preocupação com o País.

Calendário

Todas as bases administrativas
(Edinc, Imbetiba e PT):
Segunda, 17, às 13h.

Cabiúnas:
Grupo C + ADM: Sexta, 14, às 7h
Grupo B: Sexta, 14, às 15h
Grupo E: Sexta, 14, às 23h
Grupo D: Segunda, 17, às 7h
Grupo A: Segunda, 17, às 23h

Sede de Campos:
Segunda, 17, às 10h.

Plataformas:
De 14 a 16/12, com retorno das atas até às 12h de 17/12.

Indicativos do Sindipetro-NF

1 – Rejeitar a proposta da Petrobrás de regramento da PLR.
2 – Aprovar um manifesto Repudiando as mortes, acidentes, privatizações, PNA-2, REPLAN, Refinaria Abreu e Lima, Cabiúnas, redução de efetivo.
3 – Listar os três principais problemas de segurança, incluindo falta de efetivo.

Proposta de Manifesto

Que não ousem duvidar da nossa capacidade de luta

Reunida em assembleias no período de 14 a 17 de dezembro de 2018, a categoria petroleira no Norte Fluminense, além de deliberar sobre pautas específicas, aprova este manifesto que trata de questões gerais e profundamente impactantes para todos os brasileiros e brasileiras.
Temos vivenciado, em nossos locais de trabalho, as consequências do avanço do golpe neoliberal no Brasil, que esteve no centro da conspiração que levou Mishell Temer ao poder de modo ilegítimo e que, agora, dá sustentação ao projeto do presidente eleito Jair Bolsonaro.

A lógica do enxugamento às custas da exploração dos trabalhadores, por meio da precarização dos contratos de trabalho e das condições de saúde e segurança, estão por toda parte.

Na Petrobrás, ela se manifesta com a acentuada redução de pessoal e o abandono de qualquer política que não signifique aparente lucro imediato. Sucessivos programas de desligamento, aposentadorias sem planejamento de reposição, redução nos concursos públicos e cortes nos investimentos estão fazendo a companhia encolher, perdendo força em seu principal ativo, o capital humano.

Mortes e acidentes recentes, como os casos de PNA-2, Replan, Refinaria Abreu e Lima e Cabiúnas, além do acúmulo de funções (GT220), a adoção das CPPs (Célula de Planejamento e Programação) — que trouxe para terra o que era feito a bordo, muitas vezes por pessoas que nem conhecem as áreas e equipamentos envolvidos — e as punições na UTGCAB e demais bases administrativas, são as pontas mais visíveis de um ambiente de trabalho deteriorado, tenso, desrespeitoso para com os trabalhadores e as trabalhadoras.

A truculência e o descaso se estendem também na relação com o tema da aposentadoria e das pensões. A Petrobrás e a Petros insistem acintosamente no descumprimento de liminares contra o equacionamento que penaliza os participantes e tem causado mortes e adoecimentos. O modelo adotado, que implica em cobrança pelo teto e não reconhecimento das dívidas, é agravado pela falta de vontade de resolver o problema com o mínimo de sensibilidade social e de justiça.

Some-se a isso o que, para o País, é ainda mais grave: a galopante corrida privatizante. Conspira-se no Congresso Nacional pela mudança no regime de Cessão Onerosa, para que o pré-sal possa ser entregue com mais liberdade às petroleiras multinacionais, e entrega-se a preço de banana áreas maduras do pós-sal, como Enchova, Pampo e Pargo, com os conhecidos prejuízos bilionários apontados pelo Dieese.

Fruto de longa estrada de construção da sua organização sindical, a categoria petroleira ainda possui muitos pontos resguardados em Acordo Coletivo, como a Assistência à Saúde, o Direito de Recusa, a participação do sindicato nas reuniões de Cipa e em comissões de investigação de acidentes, a garantia contra demissões em massa (inclusive nas áreas recentemente vendidas), entre outras, que, reconhecemos, estão acima das condições da grande maioria dos trabalhadores e trabalhadoras do País.

No entanto, sabemos que a classe trabalhadora muito perdeu e muito pode perder com o avanço das políticas demolidoras e antinacionalistas da equipe econômica de Bolsonaro, formada nos Estados Unidos por um dos últimos centros da ortodoxia ultra-liberal, a Universidade de Chicago.

De costas para o povo brasileiro e batendo continências para os Estados Unidos, o presidente eleito mostra-se um fantoche das forças que sempre estiveram à espreita no Brasil, sempre conspiraram contra a Petrobrás e sempre procuraram nos manter em condição periférica e subalterna.

Como temos feito por décadas, não fugiremos à nossa responsabilidade histórica. Pela Petrobrás, pelo País e por todos os trabalhadores e trabalhadoras, seguiremos em resistência. Que não ousem duvidar da nossa capacidade de luta.
Petroleiros e petroleiras do Norte Fluminense
Dezembro de 2018