Caindo a máscara do efetivo

Há mais de 40 horas em cárcere privado na Replan, os trabalhadores do turno encontram-se exaustos e sem condições de continuar a operação da refinaria. O grupo iniciou o expediente às 15 horas da quinta-feira (22). Desde a manhã de ontem, o Sindicato tenta negociar com a gerência da empresa a saída desses trabalhadores, sem sucesso.

A direção do Sindicato protocolou um pedido de troca dos trabalhadores por uma equipe de contingência da empresa e, simultaneamente, entrou com um pedido de habeas corpus, que está em tramitação na Justiça do Trabalho, para garantir a saída do pessoal. A resposta da Replan foi uma carta padronizada e esdrúxula, estabelecendo que o Sindicato se responsabilizasse pela indicação dos nomes dos petroleiros contingentes, que ficariam sob a supervisão da empresa. O Sindicato não aceitou a condição absurda imposta pela empresa.

Cansados, os petroleiros se recusam a continuar no trabalho e solicitaram ao Sindicato que fizesse a intermediação da saída deles de forma segura. Chegaram a propor a liberação parcial do grupo até, no máximo ao meio-dia. Os companheiros afirmam que já existem membros da equipe de contingência dentro da refinaria, só não sabem se em número suficiente para assumir a operação.

A gerência pressiona e assedia os trabalhadores, com a ameaça de abandono de emprego. Do ponto de vista dos advogados do Unificado, entretanto, os trabalhadores têm direito à recusa, pois existe um risco iminente à segurança de quem está trabalhando há tantas horas seguidas e alertam que a responsabilidade pela contingência e situação é da Petrobrás.

Diante da intransigência da empresa e da falta de condições dos trabalhadores de continuarem a jornada, o Sindicato registrou nesta manhã (24) um boletim de ocorrência, relatando a situação dos trabalhadores e a tentativa de acordo, sem êxito, com a refinaria.

O Sindicato, junto com o seu departamento jurídico, está tomando todas as medidas possíveis e necessárias para retirar o trabalhadores de dentro da Replan e não cederá às pressões e assédio da empresa, que tenta acabar, de uma forma sutil, com o movimento de paralisação da categoria.

Fonte: Sindipetro Unificado dos Petroleiros de São Paulo