Plano prevê adesão de até 10 mil funcionários, mais de 10% da mão de obra. “Banco quer preparar empresa para privatização”, reage sindicalista
MAURICIO MORAIS/SIND. BANC. SP – Para sindicatos dos bancários, governo promove desmonte de bancos públicos para favorecer sistema privado
São Paulo – De hoje (7) até o próximo dia 20, a Caixa Econômica Federal manterá um Programa de Desligamento Voluntário Extraordinário (PDVE), com “limite máximo” de 10 mil empregados, o que equivale a mais de 10% da mão de obra. O anúncio foi feito pelo banco nesta segunda-feira. Segundo a Caixa, o objetivo é “ajustar a estrutura ao cenário competitivo e econômico atual, buscando mais eficiência”.
Para representantes dos trabalhadores, o efeito será negativo para os usuários, além de reduzir o emprego e piorar as condições de trabalho. “A situação já é de sobrecarga e adoecimento nas unidades de todo o país, o que vai se agravar ainda mais com a diminuição do número de trabalhadores”, afirma o presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), Jair Ferreira.
“Esse plano reforça a intenção da Caixa de enxugar a empresa e assim prepará-la para a privatização”, diz o coordenador da Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa), Dionísio Reis, também diretor do Sindicato dos Bancários de São Paulo. “É um absurdo a redução do número de empregados nas unidades nesse momento em que o governo libera contas inativas e consequentemente leva a população a procurar as agências da Caixa, que já estão com a qualidade do atendimento comprometida por conta do número reduzido de trabalhadores”, acrescenta. Segundo ele, os funcionários não devem aceitar pressões para aderir ao PDVE.
O programa prevê adesão nas seguintes situações: aposentados pelo INSS até a data de desligamento, sem exigência de tempo mínimo de efetivo exercício na Caixa; aptos a se aposentar pelo INSS até 30 de junho; pessoal com no mínimo 15 anos de casa; ou com adicional de incorporação de função de confiança/cargo em comissão/função gratificada. O plano inclui um “incentivo financeiro” equivalente a 10 remunerações-base.
A Caixa já vem reduzindo o quadro há alguns anos, como outras empresas do setor público. Em 2014, chegou a ter 101.500 funcionários. Atualmente, está com 95 mil.
Com informações da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT