Movimentos sociais e sindicais, lideranças políticas e artísticas, sociedade em geral, tomaram a decisão de ir às ruas neste sábado, mesmo com a necessidade de isolamento social provocada pela pandemia da Covid-19, em razão do assassinato em massa promovido pelo governo Bolsonaro. No Norte Fluminense, haverá atos “Povo na rua pelo #ForaBolsonaro”, com participação do Sindipetro-NF e da categoria petroleira, em Campos dos Goytacazes, Macaé e Rio das Ostras.
Em Campos, o ato será às 10h, na Praça São Salvador, e também terá como mote a defesa das universidades públicas federais, atacadas pelo governo e sob risco de fechamento. Em Macaé, as atividades começam com concentração às 9h30 na Praça Veríssimo de Melo, seguida de manifestação pela rua Rui Barbosa. E em Rio das Ostras a programação prevê concentração às 8h na Feira do Âncora, início do ato às 9h e carreata e bicicletaço às 11h.
A avaliação dos militantes sociais é de que é preciso fazer um contraponto ao comportamento abertamente ostensivo do bolsonarismo, inclusive nas ruas, em defesa de teses que estão provocando milhares de mortes, como apura CPI no Congresso Nacional. Nos atos Fora Bolsonaro, no entanto, as orientações são explícitas para que todos e todas utilizem máscaras (preferencialmente PFF-2), levem álcool em gel e mantenham distanciamento seguro.
Momento impõe ida às ruas
Em editorial nesta semana no boletim Nascente, o Sindipetro-NF lembrou que a decisão de ir às ruas tem origem um debate que as organizações sociais e sociais travam há vários meses nesta pandemia. A opção sempre foi a de promover atos nos ambientes digitais, mas o momento gravíssimo do país, que se aproxima de 500 mil mortos pela Covid-19, impõe a ida às ruas, com toda a prevenção possível.
“Entre a prudência e o comportamento correto de não provocar aglomerações, preservando vidas, e a necessidade de defender milhares de outras vidas na luta pela denúncia e deposição desse governo que continua a matar de modo cínico e cruel, toma-se o caminho de ir à luta apesar dos riscos”, registrou o boletim.
O editorial também pontuou que “por mais que os ambientes virtuais sejam dotados de força para projetar as pautas da sociedade, e que a batalha de hashtags seja no mundo contemporâneo indicadora dos humores coletivos, nada substitui o simbolismo e o poder de transformação de uma grande mobilização presencial.”
CUT reforça prevenção
Em nota publicada ontem, a CUT Nacional reforçou que orientou as CUTs Estaduais, Ramos e entidades filiadas a adotarem “todas as medidas da prevenção e cuidados sanitários possíveis, de forma que não provoquem aglomerações e exponham nossos militantes e trabalhadores e trabalhadoras das nossas entidades ao risco de contrair Covid-19” durante as manifestações.
“Entendemos que a indignação e o repúdio a todos os atos desse governo genocida devem ser cada vez mais potencializados para sensibilizar a população da impossibilidade de continuidade desse governo, mas também temos a responsabilidade de não negar o momento difícil e trágico que a pandemia está causando nos lares de milhões de trabalhadores e trabalhadoras”, afirmou a Central, na nota assinada pelo presidente Sérgio Nobre.