Se empresa não prioriza o tema, trabalhadores não podem fazer o mesmo. Todos às assembléias neste final de semana, que avalia indicativos do NF sobre segurança
Neste final de semana, os petroleiros do Norte Fluminense estão mobilizados para realizar assembléias que têm como objetivo avaliar indicativos sobre a segurança. O retorno das atas acontece até às 12h desta segunda, 17.
O Sindipetro-NF recebe constantemente denún-cias sobre situações de insegurança, alguns casos sequer comunicados oficialmente pela Petrobrás, e considera que os trabalhadores têm o dever de priorizar a própria proteção no exercício profissional.
Nesta semana, por exemplo, a entidade foi informada de que, na P-27, o ar condicionado não funciona há três anos, e os trabalhadores improvisam com a utilização de ventiladores. Confinados em alto mar, controlando a temperatura com pequenos ventiladores, as condições dos trabalhadores chegam a lembrar às de prisioneiros.
E este é apenas um exemplo que diz respeito ao conforto dos petroleiros, com repercussão no repouso e, conseqüentemente, na segu-rança. Mas há aspectos mais graves que dizem respeito à segurança, por vezes expondo trabalhadores a risco de morte.
O acidente em PRA-1, que foi um dos fatores que contribuíram para a decisão do Sindipetro-NF de indicar o boicote à Sipat e a realização de relatórios sobre as condições de segurança nas unidades, foi cinicamente considerado “moderado” pela burocracia da empresa, quando, na verdade, por um incrível milagre não causou mais mortes na bacia de Campos.
Suas características foram semelhantes às da tragédia que matou 11 trabalhadores e causou o afundamento da P-36, em 2001. A sorte, desta vez, é que não havia ninguém no local da explosão.
Para o Sindipetro-NF, os trabalhadores devem dar absoluta prioridade às mobilizações sobre segurança, mostrando à empresa que, diferentemente dela, a categoria de fato se preocupa com o tema.
Lembre o caso PRA-1
Petrobrás admitiu falha no projeto mas mantém avaliação moderada
Cumprindo determinação da DRT (Delegacia Regional do Trabalho), a Petrobrás apresentou no último dia 6 ao Sindipetro-NF o relatório da comissão que investigou as causas do acidente em PRA-1, no dia 24 de setembro. A empresa admitiu ter errado no projeto da unidade.
Houve, segundo a companhia, falha de comunicação entre as fases do projeto, o que provocou a interligação inadequada do dreno que causou a explosão do laboratório.
Após a apresentação do relatório, em foram exibidas fotos do local da explosão, os diretores do sindicato perguntaram se, ainda assim, a empresa manteria a classificação de “moderado” para o acidente, deixando que um procedimento burocrático se sobreponha à real gravidade do acidente. Os representantes da UN-Rio foram evasivos e disseram que não cabia, ali, aquela pergunta. Diante da resposta evasiva dos representantes da empresa, o sindicato encerrou a reunião.