Categoria petroleira rejeita por unanimidade contraproposta da Petrobrás e inicia paralisações nesta sexta

Mobilizações unificadas nas bases da FUP e da FNP serão feitas por segmento, envolvendo todo o Sistema Petrobrás, começando pelas refinarias e usinas termelétricas 

[Da imprensa da FUP]

 

Pela segunda vez, as trabalhadoras e os trabalhadores do Sistema Petrobrás rejeitaram por unanimidade a contraproposta de Acordo Coletivo apresentada pela empresa. Os sindicatos petroleiros concluíram nesta quinta-feira (26) as assembleias e iniciam amanhã (27) o calendário nacional de paralisações que foi deliberado conjuntamente pela FUP e pela FNP.

 

A categoria referendou as mobilizações intercaladas por segmentos de atuação, envolvendo todo o Sistema Petrobrás.  As paralisações começam nesta sexta nas refinarias e usinas termelétricas (UTEs). Na próxima segunda (30), as mobilizações serão realizadas nas subsidiárias e na terça-feira (31), nas unidades administrativas. As paralisações prosseguem na quarta (01/11), com adesão dos trabalhadores das áreas de exploração e produção (E&P).

ACT precisa corrigir problemas estruturais

 

Apesar da segunda contraproposta da Petrobrás avançar em algumas reivindicações sociais da categoria a empresa segue sem responder as principais reivindicações que já foram exaustivamente discutidas com a FUP, tanto nas rodadas da campanha do Acordo Coletivo, quanto nos Grupos de Trabalho que antecederam as negociações do ACT.

Foto: Sindipetro NF

 

A Petrobrás insiste em manter a relação de custeio da AMS em 60×40 e não resolve questões estruturais do plano de saúde. A empresa também não repõe os 3,8% das perdas salariais passadas, não atende à revindicação de ganho real de 3%, nem a equiparação das tabelas salariais das subsidiárias.

Foto: Sindipetro SP

 

Além disso, a Petrobrás segue sem resolver diversos passivos herdados da gestão passada, nem acena com a construção de uma política justa e transparente de recomposição dos efetivos, que envolva os sindicatos.

Derrubar as limitações da SEST

 

A FUP e a FNP estão realizando reuniões conjuntas com a Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (SEST), buscando avanços em pontos considerados prioritários para o fechamento do ACT, principalmente a AMS. As representações sindicais têm alertado que é inadmissível uma empresa com resultados extraordinários, como a Petrobrás, continuar sacrificando os trabalhadores, enquanto os acionistas se apropriam da riqueza coletiva.

 

A SEST, no entanto, segue impondo limitadores à negociação coletiva com a Petrobrás, alegando que qualquer direito maior do que a CLT só será possível se já estiver no ACT atual.

 

É fundamental que a categoria intensifique as mobilizações para pressionar a SEST e a Petrobrás a avançarem nas negociações do Acordo Coletivo. A política deliberada da gestão passada de desmonte da AMS, de redução drástica dos efetivos, de retirada de direitos e de arrocho salarial precisa ser reparada nessa campanha reivindicatória.

 

O projeto do governo anterior de gerar rentabilidade máxima para o mercado financeiro teve consequências nefastas para o país e para os trabalhadores, gerando passivos humanitários jamais vistos no Sistema Petrobrás. O resultado desse desmonte é o gravíssimo quadro de sofrimento mental, assédios, doenças ocupacionais e insegurança que afeta a categoria.

 

A indignação das trabalhadoras e dos trabalhadores dará o tom das paralisações que começam nesta sexta. O recado da categoria tem que ser à altura da insatisfação que foi refletida no resultado unânime das assembleias, que rejeitaram a segunda contraproposta da Petrobrás e das subsidiárias.

 

Todas e todos à luta por um ACT que humanize as relações de trabalho e resgate os direitos que foram usurpados da categoria.