Chegou a hora de dar o troco: relembre como os partidos votaram sobre o pré-sal

Do Boletim Nascente – Decepcionada com a política, a população muitas vezes é induzida a acreditar e a reproduzir máximas como “político é tudo igual”, ou “o que temos é uma salada de partidos”, o que pode servir para expressar uma justificada indignação mas não corresponde à realidade. Para a categoria petroleira, chama a atenção, por exemplo, a diferença no comportamento das bancadas dos partidos em questões centrais que envolvem o setor petróleo e a soberania nacional. Nesta edição, o Nascente ilustra a grande diferença que há no comportamento de deputados e senadores quando o assunto é a exploração do pré-sal.

Votado no Senado em 24 de fevereiro de 2016, o projeto de lei 131/2015, de autoria de José Serra (PSDB-SP), que desobrigou a Petrobrás de investir o mínimo de 30% em cada área de exploração de petróleo na camada pré-sal, é um destes exemplos de clara clivagem partidária. Votaram a favor do projeto todos ou a grande maioria dos senadores de partidos como o PSDB, PP, PR, DEM, PSD, entre outros do campo conservador. Contra o projeto, portanto em defesa da Petrobrás, votaram também a totalidade ou a grande maioria dos senadores de partidos como PDT e PT, entre outros do campo progressista ou com inclinações nacionalistas.

Depois de aprovado no Senado, o projeto seguiu para a Câmara Federal, onde o padrão de comportamento dos partidos se manteve: foram favoráveis a maioria ou a totalidade de deputados de siglas conservadoras como PSDB, DEM, PRB, Solidariedade e PMDB. A favor da obrigação mínima de participação da Petrobrás no pré-sal votaram, igualmente na totalidade ou em maioria da bancada, partidos como PCdoB, PDT, PT e Psol.

Este é apenas um exemplo em dezenas que poderiam ser tomados em votações estratégicas que envolvem, além do tema da soberania nacional, questões ligadas a direitos dos trabalhadores, previdência, investimentos sociais, entre outros de interesse da classe trabalhadora.

Pense bem

Por isso, a CUT, a FUP, seus sindicatos, entre outras entidades, têm chamado a atenção para a análise criteriosa do voto para as casas legislativas, priorizando a opção por aquelas candidaturas de siglas que historicamente estão ao lado dos interesses nacionais, dos direitos dos trabalhadores e do combate à miséria.