Coletivo de Mulheres da CNQ: Projeto Ubuntu supera expectativas

CNQ – Uma das discussões do Coletivo foi a repercussão positiva do Projeto e o quanto as cursistas estão mais seguras para intervirem nas ações sindicais

Após o diálogo sobre relações raciais, de gênero e juventude com Amanda Carneiro, abrindo os trabalhos da reunião da direção da CNQ, que se reúne em São Paulo de 25 a 27 de outubro, o Coletivo de Mulheres da Confederação Nacional do ramo Químico (CNQ) discutiu os encaminhamentos do encontro anterior, realizado em junho passado, e também fizeram um breve balanço do primeiro módulo do Projeto Ubuntu e discutiram os próximos passos do Coletivo.

Mulheres em Foco

A coordenadora da Secretaria da Mulher Trabalhadora da CNQ, Lucimar Rodrigues, apresentou a proposta do primeiro boletim da Secretaria, que será disponibilizado pelo site da CNQ e enviado às entidades filiadas para reprodução e distribuição impressa e eletrônica. Essa primeira edição traz um editorial sobre o papel da mulher no governo Temer; uma matéria sobre o Projeto Ubuntu, uma entrevista com a militante petroleira Davina Valentim da Silva e algumas notas das entidades.

Ubuntu veio pra ficar

Mas a discussão que todas estavam ansiosas para fazer era o balanço do Projeto Ubuntu de capacitação de cerca de trinta dirigentes sindicais do ramo químico da CUT para que possam assumir de forma mais equitativa e qualitativa os espaços de paridade nas direções das entidades sindicais nos próximos anos. O objetivo da proposta é que as dirigentes se empoderem-se e assim transformem a sua realidade e a realidade do mundo em que vivemos.

Os depoimentos de algumas cursistas presente à reunião deram a dimensão do que representa esse projeto no empoderamento das mulheres do ramo. Muitas, após esse primeiro módulo, estão perdendo a inibição e estão mais seguras para atuarem no movimento sindical. “Quando batia o medo, eu lembrava da música que cantamos lá e isso me dava força para falar”, comentou a secretaria regional Sudeste I da CNQ, Rosalina da Silva, que relatou sua experiência em falar no carro de som durante o ato de lançamento da campanha salarial e de sua participação numa negociação do sindicato com uma empresa.

Outra cursista contou que levou para a fábrica a experiência que aprendeu no primeiro módulo do Ubuntu, que foi muito bem acolhido pelas trabalhadoras. “Agora sempre que me vêem perguntam quando será a nossa próxima conversa. Estou muito feliz!”, disse.

“A repercussão do projeto foi muito positiva, recebi vários telefonemas de dirigentes da CUT querendo conhecer a proposta, mas o que surpreende são os frutos já do primeiro módulo, como ouvimos aqui nos depoimentos. Nossas dirigentes estão levando as discussões para dentro das fábricas, perdendo o medo de intervir nas reuniões e assembleias e estão se ajudando mutuamente no grupo do whats app. Isso é muito gratificante!”, comentou a presidenta Lucineide Varjão.

Entre os próximos passos da Secretaria e do Coletivo estão a elaboração de um roll de cláusulas sobre direitos das mulheres para negociação coletiva dos sindicatos, o desenvolvimento de um círculo de leitura do livro “Mulheres que correm com os lobos”, a edição dos próximos boletins e a realização do segundo módulo do Projeto Ubuntu, que acontecerá em novembro próximo.