Com expressiva participação da categoria, assembleias rejeitam ACT da Petrobrás e aprovam greve contra privatização

 

Da Imprensa da FUP – Após duas semanas de consulta aos petroleiros e petroleiras, os sindicatos da FUP concluíram as assembleias nas bases do Sistema Petrobrás. Na Bahia, estado mais afetado pelas privatizações e fechamento de unidades, o Sindipetro realizou neste sábado (09) a última grande assembleia nas bases da Federação, onde 308 trabalhadores da ativa e aposentados aprovaram por unanimidade os indicativos do sindicato.

Em todo o país, a categoria respondeu à altura aos ataques da gestão da Petrobrás e do governo Bolsonaro, com participação massiva nas assembleias convocadas pela FUP e seus sindicatos. No Norte Fluminense, mais de mil trabalhadores referendaram os indicativos do sindicato. Nas bases do Sindipetro Unificado, foram mais de 600 petroleiros e petroleiras que participaram das assembleias.

De norte a sul, a contraproposta de Acordo Coletivo apresentada pela Petrobrás, que impõe uma série de perdas aos trabalhadores da ativa e aposentados, foi atropelada pela categoria. Na grande maioria das bases, a rejeição foi por unanimidade, sem sequer abstenções.

Os petroleiros e petroleiras também aprovaram expressivamente o indicativo de greve por tempo indeterminado, com data a ser definida pela FUP, caso o governo Bolsonaro encaminhe ao Congresso Nacional projeto de lei de privatização da Petrobrás, como tem cogitado desde o ano passado.

Mais de 90% dos trabalhadores que participaram das assembleias foram favoráveis à greve. Em várias bases, o indicativo também foi aprovado por unanimidade.

Em dezembro, a categoria petroleira já havia aprovado estado de greve, sinalizando a possibilidade de uma forte reação nacional às ameaças do governo de privatizar a Petrobrás, nos mesmos moldes do que fez com a Eletrobrás.

Luta contra a privatização e o desmonte do ACT

Entre os dias 09 e 12, a diretoria da FUP estará reunida em Brasília discutindo os próximos passos da campanha reivindicatória e estratégias para a greve contra a privatização da Petrobrás. A presença na capital federal é também por conta dos atos e ações sindicais que os petroleiros participarão nos próximos dias. Veja abaixo.

Na segunda-feira, 11, a FUP comunicará a decisão da categoria petroleira formalmente à direção do Sistema Petrobrás e, na sequência, aos presidentes da Câmara dos Deputados Federais, Arthur Lira, e do Senado, Rodrigo Pacheco, e também ao Ministério das Minas e Energia. A Federação enfatizará que, se o governo e o Congresso Nacional derem andamento a qualquer proposta de privatização da Petrobrás, o país enfrentará a maior greve da história da Petrobrás.

Na terça, 12, a FUP e seus sindicatos participam do ato unificado em defesa das empresas estatais, da soberania nacional e dos recursos do Pré-Sal para a saúde e a educação, a partir das 13h30, no Auditório Nereu Ramos, na Câmara dos Deputados. Logo em seguida, os petroleiros participam de ato do Movimento “Vamos juntos pelo Brasil”, às 17h, com participação de Lula, no Centro de Convenções Ulisses Guimaraes.

Na quarta, 13, a FUP e seus sindicatos realizam pela manhã, às 7h, mais uma ação do gás a preço justo, subsidiando a venda de botijões de gás de cozinha pela metade do preço para famílias de baixa renda, na cidade satélite de São Sebastião. A ação será realizada em frente à Associação de Moradores Nação Zumbi.

Direitos em risco

Como a FUP e os sindicatos vêm alertando, a mobilização da categoria petroleira será fundamental no enfrentamento às tentativas de destruição do ACT e da Petrobrás, nessa reta final do governo Bolsonaro.

“A rejeição da contraproposta da empresa por unanimidade é um recado para os gestores de que a categoria está unida e que não aceitará retirada de direitos, insegurança e arrocho para que os acionistas continuem recebendo bilhões às custas dos trabalhadores e dos altos preços dos combustíveis, que sangra o povo brasileiro”, afirma o coordenador da FUP, Deyvid Bacelar.

Além de propor 5% de reajuste aos trabalhadores, menos da metade da inflação, a gestão da Petrobrás intensificou o ataque aos direitos da categoria, como a desregulamentação do plano de saúde (AMS), com a retirada da garantia do benefício no ACT e a imposição da paridade do custeio (50% empresa e 50% trabalhadores), ignorando a anulação da Resolução 23 da CGPAR.

Resultado das assembleias nas bases da FUP

Sindipetro Amazonas – 100% dos trabalhadores aprovaram a greve e rejeitaram a contraproposta

Sindipetro Rio Grande do Norte – indicativos aprovados por ampla maioria

Sindipetro Ceará/Piauí – indicativos aprovados por ampla maioria

Sindipetro Pernambuco/ Paraíba – 100% dos trabalhadores aprovaram a greve e rejeitaram a contraproposta

Sindipetro Bahia – 100% dos trabalhadores aprovaram a greve e rejeitaram a contraproposta

Sindipetro Espírito Santo –100% dos trabalhadores rejeitaram a contraproposta e 99% aprovaram a greve

Sindipetro Minas Gerais – 100% dos trabalhadores rejeitaram a contraproposta e 99% aprovaram a greve

Sindipetro Duque de Caxias – 100% dos trabalhadores rejeitaram a contraproposta e 99% aprovaram a greve

Sindipetro Norte Fluminense – 99,6% dos trabalhadores rejeitaram a contraproposta e 98,3% aprovaram a greve

Sindipetro Unificado de São Paulo – 99,51% dos trabalhadores rejeitaram a contraproposta e 85,34% aprovaram a greve

Sindipetro Paraná/Santa Catarina – 98,41% dos trabalhadores rejeitaram a contraproposta e 88,36% aprovaram a greve

Sindipetro Rio Grande do Sul – 100% dos trabalhadores rejeitaram a contraproposta e 97,67% aprovaram a greve

 

[Foto: Última assembleia da semana passada, na Bahia / Imprensa do Sindipetro-BA]