Com o fim da Resolução 23, FUP cobra que Petrobrás inicie negociação coletiva da divisão de custeio da AMS

Da Imprensa da FUP – Em documento enviado nesta quinta-feira, 02, à Gerência de Recursos Humanos da Petrobrás, a FUP cobrou o início imediato da negociação coletiva referente à divisão de custeio da assistência de saúde dos trabalhadores, a AMS. A Federação propôs que a primeira rodada seja realizada na próxima semana, no dia 08 de setembro.

A aprovação ontem (01/09) por unanimidade no Senado do PDL 342/2021, que anula os efeitos nocivos da Resolução 23 da CGPAR impõe a negociação da Cláusula 31 do Acordo Coletivo de Trabalho, que trata do custeio da AMS.

A negociação feita pela FUP e seus sindicatos, referendada pelos trabalhadores do Sistema Petrobrás nas assembleias, garantiu que seja revista, em negociação coletiva, a mudança na relação de custeio do plano de saúde, “em decorrência de atos ou diplomas regularmente baixados pelos poderes executivo ou legislativo”, como prevê o Parágrafo 1º da Cláusula 31 do ACT.

Veja abaixo a íntegra do documento enviado pela FUP à Petrobras:

 

FUP resisitu às medidas da CGPAR com mobilizações e negociação coletiva

Desde que a Resolução 23 foi publicada, em janeiro de 2018, a FUP e seus sindicatos vêm se mobilizando para derrubar a medida e evitar que os trabalhadores do Sistema Petrobrás fossem impactados pelas imposições da CGPAR. Durante as negociações do Acordo Coletivo, várias ações foram tomadas neste sentido, visando postergar e minimizar o máximo possível os reflexos da resolução sobre a Assistência Multidisciplinar de Saúde (AMS).

Ainda assim, a gestão da Petrobrás está descumprindo o Acordo Coletivo e alterando de forma unilateral a assistência médica dos trabalhadores, contrariando legislações e normas da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Além de impor aos beneficiários da AMS descontos abusivos em plena pandemia, a empresa entregou a uma entidade privada a gestão do plano de saúde, em um processo cheio de irregularidades e denúncias de favorecimento a operadoras de planos privados. Estamos falando de uma carteira bilionária, com mais de 270 mil beneficiários e uma rede com cerca de 18 mil credenciados, de norte a sul do país.

Paralelamente à atuação nos fóruns corporativos da categoria para barrar os efeitos da Resolução 23, a FUP participou de seminários e reuniões organizadas pela Anapar e pelas demais federações de trabalhadores de empresas estatais federais, onde foram discutidas ações jurídicas e políticas contra as medidas da CGPAR. No ano passado, os petroleiros participaram ativamente da campanha nacional para coletar 50 mil assinaturas para pressionar o então presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM/RJ), a pautar a votação do projeto da deputada Erika Kokay (PT/DF), o então PDC 956/2018.

Após mais de dois anos de tramitação do projeto, as mobilizações e articulações políticas feitas pelos trabalhadores resultaram na aprovação do regime de urgência urgentíssima para o PDC, no dia 08 de julho. Uma importante vitória da classe trabalhadora, seguida da aprovação do projeto em plenário, no dia 13 de julho, do parecer favorável pelo relator no Senado e, finalmente, a aprovação por unanimidade no plenário, nesta quarta-feira, 01.

Nas últimas semanas, durante a tramitação do PDL 342 no Senado, a FUP reforçou a inconstitucionalidade da Resolução 23 e os impactos que representa para cerca de três milhões de beneficiários dos planos de saúde de autogestão. A pressão dos trabalhadores, votando a favor do projeto no portal e-cidadania e enviando mensagens para os senadores, através da ferramenta NA PRESSÃO, criada pela CUT, foi fundamental para frear a mobilização do governo Bolsonaro, que tentou impedir a aprovação do PDL 342. Em carta enviada na quarta, 01, aos senadores, a FUP também chamou a atenção para os impactos do desmonte dos planos de saúde de estatais no Sistema Único de Saúde (SUS). Afinal, ao perderam a possibilidade de se manterem nesses planos, pelo aumento exorbitante de custos, trabalhadores e trabalhadoras de estatais federais irão aumentar e onerar ainda mais o atendimento do SUS.