Da Imprensa da FUP – Depois de entregar áreas valiosas do Pré-Sal para as multinacionais Statoil e Total, Pedro Parente já se articula para atrair a Exxon Mobil para o feirão que vem promovendo do petróleo brasileiro. A petrolífera norte-americana está aproveitando a ocasião para costurar a sua estreia como operadora no país. Recentemente, o presidente da Petrobrás esteve em Houston, meca dos investidores do setor nos Estados Unidos, para ofertar o patrimônio da Petrobrás, em especial, o Pré-Sal brasileiro. Chegou a afirmar que tinha pressa em vender os ativos da empresa e tornou a destacar que o momento é de oportunidades para os investidores.
E assim, Pedro Parente vem liquidando com o futuro da estatal brasileira, abrindo mão de reservas que comprometerão os negócios da empresa a médio e a longo prazos. Em um intervalo de seis meses, já entregou reservas bilionárias de Carcará à norueguesa Statoil, a um custo em torno de US$ 0,70 o barril, como denuncia a FUP na Ação Civil Pública que move para anular a negociata. Nesta última semana, foi consolidada mais uma venda suspeita, onde a petrolífera francesa Total levou também a preços módicos pelo menos 850 milhões de barris de petróleo nas áreas de Iara e Lapa, pagando menos de US$ 2,50 por barril.
O presidente da Petrobrás corre contra o tempo para concluir a missão que lhe foi conferida: entregar a empresa nas mãos do mercado e dos investidores internacionais. Seguindo a mesma lógica ultraliberal dos anos 90 – quando participou ativamente dos processos de privatização e das parcerias público/privado do governo FHC, ficando conhecido como o ministro do apagão – Pedro Parente acelera o desmonte de todo um projeto de desenvolvimento nacional, que tinha como principais alicerces a Petrobrás e o Pré-Sal.
Já detonou a política de conteúdo local, transferindo para o exterior encomendas de equipamentos, navios e plataformas; vendeu ativos estratégicos, como a Liquigás, a Petroquímica Suape e a NTS, subsidiária responsável pelo escoamento de 70% do gás natural do país, que está agora nas mãos de um grupo de investidores estrangeiros; e agora anunciou que divulgará nas próximas semanas um novo pacote de ativos que serão colocadas à venda, inclusive os que haviam tido a negociação suspensa pelo TCU e/ou pela Justiça.
O estrago que os golpistas estão fazendo com a Petrobrás já colocou o país em marcha à ré, com mais de 13 milhões de empregos perdidos e uma avalanche de retrocessos. As reservas de petróleo da empresa caíram aos níveis de 15 anos atrás, despencando de 13,131 bilhões de barris em 2014 para 9,672 bilhões de barris em 2016, segundo critérios do SEC (Securities and Exchange Comission dos Estados Unidos).
Estamos revivendo o final dos anos 90 e início dos anos 2000, quando Pedro Parente integrava o Conselho de Administração da Petrobrás e foi responsável por medidas como a tentativa de troca de nome da empresa para Petrobrax, a abertura do capital para investidores estrangeiros, mudanças estruturais no modelo de negócio da companhia, incluindo parcerias com o setor privado e trocas de ativos com multinacionais, que resultaram na venda de 30% da Refinaria Alberto Pasqualini, no Rio Grande do Sul, à Repsol, negociação que causou prejuízos à estatal de US$ 2,3 bilhões.
É preciso que a população reaja a essa entrega. Não podemos permitir que o desenvolvimento do nosso país seja novamente comprometido por figuras que já causaram tantos danos à nossa nação. Não deixemos o futuro repetir o passado.