Das Imprensas do NF, da FUP e da CUT – Protestos pelo impeachment do presidente Jair Bolsonaro tomaram as ruas de mais de 300 cidades, no último sábado. De acordo com o mapa da CUT, 306 estavam previstos no Brasil e em mais 18 países. Foram registrados cerca de 250 em municípios brasileiros e os demais no exterior. Além das denúncias de genocídio no enfrentamento à pandemia de Covid-19 e de crimes ambientais, cresceram nas manifestações as reivindicações populares em relação à crise econômica do país, com muitos manifestantes com faixas e cartazes contra a fome, o desemprego e a carestia.
A FUP e os sindicatos petroleiros, como o Sindipetro-NF, deram ênfase ao preço dos combustíveis e as privatizações. Com a instalação de botijões de gás gigantes nos protestos no Rio de Janeiro, Belo Horizonte, São Paulo e Salvador, a categoria conseguiu chamar a atenção da população para a política criminosa de preços mantida pela Petrobrás, que prevê a paridade com o dólar. Muitos manifestantes paravam para fazer fotos em frente aos botijões infláveis, que trouxeram o slogam “O gás tá caro? A culpa é de Bolsonaro”.
Desde o início do governo Bolsonaro, o gás de cozinha já aumentou já aumentou 87% nas refinarias, chegando a R$ 130,00 o custo final do botijão ao consumidor em algumas cidades. Nos demais combustíveis, os aumentos foram de 80% para a gasolina e 66,1% para o diesel, pressionando para cima os preços dos transportes e elevando a inflação dos alimentos.
A FUP destacou ainda que dados do Cadastro Único do governo federal registram que cerca de 20% da população brasileira sobrevive na extrema pobreza, com renda de até R$ 89,00 por mês. “São 41,1 milhões de pessoas vivendo assim, ou seja, em situação de insegurança alimentar, o que fez o Brasil voltar a ser incluído no Mapa da Fome da Organização das Nações Unidas (ONU), lista de países em que 5% ou mais da população passam fome. Só nos últimos dois anos, o número de brasileiros em insegurança alimentar saltou de 10,3 milhões para 19,1 milhões, segundo estudo da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar. O Brasil havia saído do Mapa da Fome em 2014”, lembrou a Federação.
“A população brasileira está entendendo que a luta para que a Petrobrás garanta gás de cozinha e combustíveis a preço justo vai além da categoria petroleira. Quem está nas ruas agora é o povo sofrido, que não aguenta mais entrar em fila para comprar ossos e resto de arroz e feijão, restos que antes eram descartados e agora se tornaram a única fonte de alimentação de muita gente neste país. E por causa da política de preço de Bolsonaro, tem gente usando lenha e até álcool para cozinhar, tem gente morrendo queimada por causa disso!”, explicou o coordenador geral da FUP, Deyvid Bacelar.
Diretoria do NF nos protestos
Na região, os maiores protestos do último sábado aconteceram em Campos dos Goytacazes, Macaé e Rio das Ostras. A diretoria do Sindipetro-NF esteve representada nestas três cidades e também na manifestação da capital fluminense.
Campos teve protesto que começou com concentração na Praça São Salvador e se estendeu com passeata pela Avenida Alberto Torres — a entidade foi representada pelos diretores José Maria Rangel, Guilherme Cordeiro e Sérgio Borges.
Em Macaé, a manifestação começou na Praça Veríssimo de Melo e continuou com caminhada pelo Calçadão — o sindicato foi representado por Bárbara Bezerra, Leide Morgado, Eider Cotrim, Marcelo Nunes e Benes Júnior. O protesto macaense também contou com o diretor da CNQ (Confederação Nacional do Ramo Químico), Antônio Carlos Pereira, e com a conselheira do Conselho de Administração da Petrobrás, Rosângela Buzanelli.
O protesto de Rio das Ostras começou com um café da manhã para a população e seguiu na Praça do Âncora. A entidade foi representada pelo diretor Silvando Bispo Nascimento.
Na capital, o protesto voltou a reunir milhares de pessoas em um ato massivo que começou com concentração no final da manhã na Candelária. A manifestação seguiu com grande passeata pela Avenida Rio Branco e terminou na Cinelândia. O Sindipetro-NF foi representado no protesto pelo coordenador geral, Tezeu Bezerra (veja vídeo abaixo) e pelos diretores Tadeu Porto e Rafael Crespo.
Novos protestos estão convocados pela CUT, demais centrais sindicais e pelas frentes Brasil Popular e Povo sem Medo para o dia 15 de Novembro. A expectativa é a de que as novas manifestações ampliem um movimento já identificado no último sábado, de maior adesão de setores mais amplos da política nacional, ultrapassando os limites do campo progressista.
Confira imagens dos protestos na região:
Campos dos Goytacazes – Fotos de Gabriela Fonseca
Macaé – Fotos de Rui Porto
Rio das Ostras – Fotos de Cézar Fernandes