Confira Manifesto, Ata e Ficha de Delegado para assembleias rumo ao Congresso Unificado

Rumo a um congresso histórico, que unirá as bases do Norte Fluminense e de Caxias, além da Oposição Rio de Janeiro, a categoria petroleira na região realiza assembleias para escolha de delegados e delegadas (calendário abaixo) e avalia manifesto que denuncia o cenário de perseguição dentro da Petrobrás e subsidiárias.

O documento (íntegra abaixo) mostra como a alta gestão da Petrobrás, usualmente mansa para com as exigências do mercado financeiro, tem sido feroz com os trabalhadores e trabalhadoras.

Pelo menos três demissões recentes de trabalhadores concursados acendem o alerta para uma guinada autoritária na empresa, uma delas no Norte Fluminense, em PNA-2, onde houve uma demissão, punições e perseguições, em razão de uma velha prática da Petrobrás, a de culpar as vítimas pelos acidentes. Também houve demissão na área administrativa, na Bahia, e na Regap, em São Paulo.

Face to face

A diretoria do NF realiza nesta quinta, dia 11, às 19h30, edição do Face do Face para discutir os preparativos para o Congresso Unificado e o cenário de insegurança e demissões na Petrobrás. É importante a participação de toda a categoria petroleira, por meio da interação na página do sindicato no Facebook.

Calendário das Assembleias

Até 15/04
Plataformas – Envio das atas
até às 12h do dia 16
– 02 delegados(as) por unidade.

15/04
Cabiúnas ADM – 7h – *.
Sede de Macaé (Setor Privado) – 15/04 – 18h – 05 delegados(as).
Cabiúnas Turno – 23h – *.
*Total delegados(as)
de Cabiúnas: 07.

16/04
Edinc – 12h30 – 04 delegados(as).

17/04
Sede de Campos – 10h
– 20 delegados(as).
Parque de Tubos – 13h
– 06 delegados(as).

18/04
Imbetiba – 13h – 10 delegados(as).

 

Manifesto submetido às assembleias

Manifesto dos petroleiros e petroleiras do Norte Fluminense

Contra os retrocessos na política de segurança de trabalho da Petrobrás

Nós, petroleiros e petroleiras do Norte Fluminense, denunciamos com veemência o retorno ainda mais ousado de uma política de gestão típica da Petrobrás no século passado. Trata-se de colocar na vítima a culpa pelo acidente no trabalho. Agora, este procedimento se reveste de uma perversidade adicional: atribuir culpa por acidente também a trabalhadores próximos à ocorrência para justificar demissões — como no absurdo caso recente de PNA-2, onde houve punições, perseguições e uma demissão.

Durante décadas, este tipo de postura punitivista, além de promover injustiças e arruinar as vidas de várias famílias, provocou o próprio aumento da insegurança, uma vez que acabava por varrer para debaixo do tapete as reais causas dos acidentes, que estão na quase totalidade das vezes relacionadas a decisões de gestão que se dão bem acima dos cargos de gerência geral.

Em recente matéria jornalística distribuída pela agência Reuters, o próprio presidente da Petrobrás, Roberto Castello Branco, deixa clara a sua política. “Como exemplo, o presidente da Petrobras apresentou um relato de um mecânico que morreu durante o trabalho, por um erro que teria sido cometido por ele mesmo. No entanto, Castello Branco ressaltou que outras pessoas também falharam no caso e que a demissão delas seria algo a ser considerado”, diz a matéria.

A investigação de acidentes sempre foi vista pela empresa com a perspectiva de quem precisa preservar os gestores do alto escalão. Agora, também passou a ser vista como oportunidade para reduzir custos, demitindo trabalhadores, inclusive aqueles que antes se julgavam protegidos pela companhia por ocuparem postos de comando, como supervisores e coordenadores.

A verdade, que todos nós trabalhadores e trabalhadoras bem sabemos, é que o que causa ferimentos, mutilações e mortes nos locais de trabalho no setor petróleo são políticas como a progressiva redução de efetivos, a retirada dos Técnicos de Logística e Transporte de bordo, a criação das CPPs (Célula de Planejamento e Programação) — que tirou o planejamento de bordo e passou para terra, muitas vezes com planejador nunca embarcou —, a implantação do GT-220 — que na prática é a volta do Operador Mantenedor —, entre outras que priorizam um aparente lucro de curto prazo em detrimento da vida.

Estamos cientes de que só a nossa união poderá superar este momento terrível pelo qual passa a empresa e o País. Sob o nosso ponto de vista, petroleiros e petroleiras, de quaisquer cargos, a Petrobrás está sendo arrastada por uma visão obscurantista que domina a cena nacional, e se reflete em temas como a segurança do trabalho. A cegueira financeira da gestão, a truculência nas relações humanas por ela estimulada, a sua indiferença para com as condições de trabalho, está deteriorando a ambiência, a produtividade e causando mortes.

Não assistiremos passivos a este descalabro. Todos nós, dos recém contratados para funções iniciantes da carreira, aos ocupantes dos mais altos postos, tanto das áreas operacionais quando administrativas, queremos respeito à vida e ao direito de sermos felizes em nossos locais de trabalho, com segurança e realização profissional.

Anunciamos que passaremos a observar com ainda mais atenção o exercício do Direito de Recusa, que nos é garantido pela Norma Regulamentadora 37 e pelos Acordos Coletivos da Petrobrás e subsidiárias. Ficaremos mais rigorosos em nossas práticas de segurança e manteremos o nosso sindicato informado sobre todas as pendências e impactos nocivos da gestão sobre as nossas condições de trabalho.

Pelo direito de viver, seguiremos juntos e fortes. E que não ousem duvidar da nossa capacidade de luta.

Petroleiros e petroleiras do Norte Fluminense
Abril de 2019

 

Confira abaixo, em pdf, o Manifesto, o Modelo de Ata e a Ficha para as informações dos delegados(as) eleitos(as):

 

[Atualizado às 13:46 de 11/04/19]