Confira manifestos de P-20 e de P-07 sobre indicativo de greve

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O Sindipetro-NF recebeu manifestos das plataformas P-20 e P-07, em documentos anexados aos resultados das assembleias nestas unidades, com posicionamentos sobre a conjuntura atual e o indicativo de greve por tempo indeterminado. 

A plataforma P-20, que aprovou o movimento, envia texto que reafirma a disposição de luta da categoria. A P-07, que não aprovou o indicativo, questiona a pertinência dos encaminhamentos da FUP e do Sindipetro-NF. As íntegras dos documentos estão disponíveis nos anexos desta notícia (Aqui e aqui).

Confira abaixo as ponderações do sindicato acerca do manifesto da P-07:

 

Resposta da diretoria do Sindipetro-NF ao manifesto dos trabalhadores da P-07

A diretoria colegiada do Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense agradece a iniciativa da plataforma P-07 que, apesar de ser contra o indicativo da entidade, se mostrou aberta ao debate e a novas assembleias, numa atitude ética característica de quem reconhece os problemas e quer tratá-los da maneira eficaz. A categoria petroleira só tem a ganhar se essa postura for mantida pela P-07 e pelas demais bases.

Aqui, pedimos licença para apresentar o contraponto das principais falas do manifesto, sempre acreditando na dialética para encontramos um ponto de convergência em nossas ações.

Nosso sindicato trabalha muito para manter canais de democracia direta, como é o caso do nosso congresso — que rende discussões abertas que entram pela madrugada — e de seminários específicos como os recentes “Saúde”, “Transpetro” e “Greve”, onde toda a categoria foi convocada para escutar e ser escutada.

Em razão disso, não vemos motivos para que os trabalhadores se sintam como se fossem “massa de manobra”. Todos somos atores de importância significativa nesse jogo. E o sindicato, que a rigor somos todos nós, apenas tem condições de acumular e sistematizar a experiência e o conhecimento produzido coletivamente.

É crucial que os companheiros e companheiras da P-07, assim como de todo o Norte Fluminense, tenham consciência de que realmente existe um jogo político e que, se você não assume um lado dessa disputa, automaticamente você ajuda o outro lado.

O jogo que está posto hoje é o da velha (e muito atual) luta de classes. Basicamente, o grande capital, através do mercado financeiro, está cansado de suas perdas graças à ascensão social da classe trabalhadora e da crise incontrolável do capitalismo, e quer que nós, assalariados e assalariadas, paguemos a conta.

É por isso que nossa empresa se rendeu aos desmandos do mercado, que estimula o capital especulativo ao invés do produtivo (não é à toa que quer vender ativos e perder mão de obra para aumentar o valor de mercado); não aceita trabalhadores e trabalhadoras com vozes e conquistas (as punições hoje ocorrem com maior frequência, de maneira mais arbitrária, e a empresa quer rebaixar nosso acordo); e querem fazer ajustes financeiros sem perder os privilégios que são oriundos de uma desigualdade injusta, anti-ética e nefasta (ninguém aí está vendo a diretoria da empresa se instalar num prédio mediano para “fazer reformas” no andar que lhe corresponde no Edise, ou está?).

Sobre a greve “vai-não-vai”, essa é apenas uma de muitas estratégias possíveis. São metodologias construídas em conjunto com a nossa base nos nossos seminários de greve e congressos. Naturalmente, também estamos abertos para recebermos sugestões sobre novas estratégias que, eventualmente, os companheiros e companheiras da P-07 possam conceber. Este diálogo é necessário e permanente, até para que possamos nos contrapor aos que realmente estão do outro lado neste jogo, que é a empresa.

Ficamos satisfeitos em ler no manifesto um parágrafo com uma boa análise acerca da nossa conjuntura: realmente as terceirizações e o PNG preocupam (e muito) e é bom termos a clareza disso. Todavia, é bom ressaltar que a nossa Pauta pelo Brasil é uma alternativa robusta de discutir tanto esses problemas, quanto os itens que porventura podem ser também tratados pelo ACT. A nossa pauta número 13 é clara sobre não aceitarmos nenhum tipo de retrocesso, seja financeiro ou social.

Vale salientar, ainda, que entrar numa discussão de ACT nos moldes que a Petrobrás quer é péssimo para nossas intenções de manter uma empresa integrada e forte — uma vez que a companhia pediu para fazer uma discussão fatiada de ACT, ou seja, cada empresa do sistema teria uma negociação diferente. Participar desse tipo de jogada nos traria enormes dificuldades futuras quando, por exemplo, tivermos empresas do sistema com ganhos e perdas tão diferentes que ficaria cada vez mais difícil realizar uma mobilização única.

Por fim, chamamos os companheiros da P-07 a avaliarem este cenário, considerarem este nosso texto e realizarem uma nova assembléia, aprovando o indicativo. Sempre contando conosco para qualquer esclarecimento.

Pedimos, também, que reflitam sobre o jogo político que está posto e considerem se, eventualmente, vocês não acabariam por ser “massa de manobra” da empresa — que claramente quer nos prejudicar — ao não aderirem a uma greve tão importante em um momento de ataques sistemáticos a nossas conquistas.

Um forte abraço a todos e vamos a luta!

Macaé, 14 de Setembro de 2015

Diretoria colegiada do Sindipetro-NF.

 

Manifesto P-07
Manifesto P-20