O programa NF ao vivo dessa semana tratou do caos aéreo nos embarques e desembarques na Bacia de Campos. A categoria petroleira tem enfrentado nos últimos meses um grande número de atrasos e problemas de logística, gerando gastos para os trabalhadores e desgastes que impactam na saúde e na segurança.
Os diretores do Sindipetro-NF, José Maria Rangel e Alexandre Vieira, trataram do tema. O primeiro fez uma panorâmica da atuação histórica do sindicato na área de segurança de voos, enquanto o segundo atualizou informações sobre a atuação de um Grupo de Trabalho, integrado pela entidade e por gerências da área de logística da Petrobrás, para propor soluções para o problema.
Rangel lembrou que, depois de muitas tragédias aéreas, a região se mantém há muitos anos sem acidentes com óbitos, mas recentemente tem registrado casos que, ainda que sem mortes, acendem o alerta.
“Nenhum grande acidente ocorre sem que antes ocorram incidentes, é aquela famosa máxima da Pirâmide de Bird. Então, quando a gente vê helicóptero dando pane, helicóptero armando aqueles conchões infláveis, é porque nós estamos nos aproximando de uma grande tragédia aérea e isso é fruto do desmonte, do abandono que atual gestão atual da Petrobrás [ainda com os remanescentes bolsonaristas] tem tratado as questões de segurança”, afirma o sindicalista, que em outro momento do programa explicou que as mudanças em uma companhia de petróleo são lentas: “a Petrobrás é um transatlântico”, comparou.
O diretor Alexandre Vieira, que coordena o Departamento de Saúde do Sindipetro-NF e representa a entidade no Grupo de Trabalho, também fez a sua avaliação do quadro atual e deu informes sobre o andamento dos trabalhos.
“O que eu tenho visto no grupo, no mercado de petróleo como um todo, são profissionais competentes, que têm condição de desempenhar a sua proposta profissional, nesse caso de gerar eficiência logística, porque o grupo está discutindo não só o transporte aéreo, está discutindo também a logística marítima, a terrestre, a questão da gestão de hospedagens, está um grupo bem amplo de questões em busca de soluções”, explica.
O sindicalista afirma que atua no grupo para quebrar resistências em relação a investimentos necessários em segurança. “A grande questão de dificuldade que eu vejo no grupo, que a gente está vencendo aos poucos, é tirar essas amarras de custo, limitação, ter que ecnomizar. Uma das propostas que está colocado no grupo é: a gente economizou X, mas com certeza a gente gastou 5X nesse caos e está gastando ainda. Então não é essa a economia [a ser feita]. Economia, para nós, tem que ser vista de outro jeito, tem que ser vista como voo saindo sem atraso, como capacidade de se recuperar rápido de grandes intempéries, muitos dias de chuvas, da falta de aeronaves, falta de peças, porque esses problemas existem e parecem que eles vão persistir por mais tempo”, relata.
Vieira pondera, no entanto, que as soluções, de fato, dependerão de outras instâncias. “O grupo vai dar a direção, tas tem outras pessoas, outros setores, que realmente vão pegar aquela informação e colocar em prática. Não é o grupo que vai implementar a solução”, adverte.
Tanto José Maria quanto Alexandre Vieira reforçaram a importância da participação da categoria, por meio dos relatos enviados ao sindicatos e da presença em mobilizações, aspecto que também foi lembrado pelo coordenador geral do sindicato, Tezeu Bezerra, que participou do programa por meio do envio de um vídeo.
A íntegra do NF ao vivo dessa semana está disponível no vídeo abaixo. Todas as edições do programa podem ser revistas em uma playlist específica do canal do Youtube do sindicato.