O coordenador geral da FUP, João Antônio de Moraes, e o coordenador nacional do MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens), José Josivaldo, participaram na tarde de hoje, no 16º Confup, de mesa sobre a experiência da Plataforma Operária e Camponesa para a energia. Ambos destacaram a importância estratégica do movimento, que conseguiu, nos últimos anos, ampliar a interlocução com o governo federal e com a sociedade sobre a política energética.
Moares lembrou a recente decisão do governo de entregar à Petrobrás áreas do campo de Búzios, do pré-sal, que possui entre 10 e 14 bilhões de barris, volume superior ao do campo de Libra. Para o sindicalista, esta medida foi influenciada pela pressão dos movimentos sociais, reunidos pela Plataforma Operária e Camponesa.
Para o coordenador do MAB, José Josivaldo, a escolha do MAB por participar da Plataforma, formada em 2010, foi consequência do amadurecimento da ideia de que o problema energético do País não é de matriz – “como dizem os ambientalistas” –, mas de modelo.
Ele afirma que a opção privatista dos anos 90 acabou por provocar impactos sociais que geraram o movimento, tornando necessária a articulação entre os trabalhadores do setor de energia e as famílias atingidas por barragens.
“Ao desenvolver o setor elétrico, o Brasil foi formando um mundo de injustiças”, afirma.
As propostas dos trabalhadores e dos movimentos sociais para o setor energético estão em debate neste ano. As discussões começaram em um seminário nacional, em Belo Horizonte, nos dias 19 e 20 de maio. Seminários regionais estão previstos ainda para agosto e setembro nas regiões Norte (Belém), Nordeste (Recife), Sudeste (Rio de Janeiro) e Sul (Florianópolis).