Congrenf 2013: Stédile abre 9º Congrenf com análise sobre a conjuntura do Capitalismo

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Partindo do pressuposto marxista de que a sociedade se divide em classes, o economista João Pedro Stédile, integrante da coordenação nacional do MST, fez na noite de hoje, durante a abertura do 9º Congrenf, uma análise de conjuntura que procurou descrever o estado atual da Classe Capitalista, do Governo brasileiro e da Classe Trabalhadora.

Para ele, os capitalistas estão focados em cinco grandes interesses estratégicos: controle sobre minérios e petróleo; controle sobre a energia; controle sobre as telecomunicações; controle do agronegócio; e controle da mídia. E, na atualidade, a pressão pelo domínio destes setores se dá não pelo capital produtivo, mas pelo capital financeiro.

“Muitas empresas estão ganhando projeção mundial não porque cresceram e produziram mais, mas porque receberam injeção do capital financeiro”, exemplificou, para sustentar seu argumento de que são os bancos que dominam o capitalismo nos tempos atuais, o que alterou o funcionamento do próprio sistema.

No pólo do governo, o cenário é, segundo Stédile, o da existência de uma composição de classes, onde convivem grandes interesses burgueses e o atendimento de necessidades históricas dos mais pobres. “O governo Lula-Dilma não é só do PT, não é só da esquerda, mas também é da burguesia, dos trabalhadores, dos pobres”, disse.

Discordando dos que avaliam que o atual governo é “neoliberal”, Stédile o classifica como sendo “neodesenvolvimentista”. “O governo recuperou o poder do Estado e procura desenvolver investimentos e distribuição de renda”, avalia.

Na Classe Trabalhadora, os desafios estão, de acordo com Stédile, assentados em um momento de grande dificuldade de organização, que tem origem em derrotas históricas como a das eleições de 1989 e a Greve dos Petroleiros de 1995. Ainda assim, ele enumera quais seriam algumas destas tarefas urgentes: retomar pontos que unifiquem os trabalhadores; investir em formação política; democratizar os meios de comunicação; e enfrentar os leilões do petróleo.

Entre os pontos que unificariam a agenda dos trabalhadores, estão, de acordo com Stédile, a Reforma Política (com financiamento público de campanha), a Democratização da Mídia e a Reforma do Judiciário.

A palestra de João Pedro Stédile foi transmitida na íntegra, ao vivo, em áudio e vídeo, pela Rádio NF (www.radionf.org.br) e será disponibilizada online, em breve, pela Imprensa do Sindipetro-NF.