“O petróleo ainda vai ser, por muito tempo, a principal matriz energética do mundo”. A observação, do coordenador geral da FUP, José Maria Rangel, mostra o papel estratégico da Petrobrás e do pré-sal que, segundo ele, é uma das principais razões do golpe parlamentar e midiático em curso no Brasil. Ele foi um dos participantes da mesa de análise de conjuntura, na noite de ontem, no 12° Congresso Regional dos Petroleiros, que também contou com exposição do presidente da CUT-RJ, Marcelo Rodrigues.
O sindicalista explicou que até os anos 80 do século XX, a maior parte do petróleo do mundo era produzido pelas chamadas sete irmãs, empresas privadas do setor. Depois, passou a ser produzido em sua maioria por empresas nacionais, o que continua até hoje, por isso a pressão sobre os países produtores, como o Brasil.
A estimativa é a de que, em 2030, 75% da produção mundial esteja sob controle de empresas estatais ou de maioria acionária estatal, com domínio sobre 90% das reservas. Por isso, explica Rangel, o interesse das multinacionais privadas sobre o chamado óleo novo, como o do pré-sal, que tem reservas provadas de 176 a 200 bilhões de barris, mas que pode chegar a 300 bilhões de barris.
Rangel também expôs dados que mostram o crescimento da Petrobrás e do setor petróleo na última década no Brasil, combatendo uma versão comum de que os governos Lula e Dilma teriam quebrado a companhia.
Para o presidente da CUT-RJ, Marcelo Rodrigues, o momento brasileiro é de ataque aos direitos dos trabalhadores, com um cenário adverso na representação política no parlamento, no judiciário e na mídia.
“Temos que chamar os trabalhadores a derrubar esse governo ilegítimo. Não nos importa qualquer proposta que golpista qualquer faça. Nós vamos enfrentar, e não é cada um defendendo o seu pedaço, mas toda a classe trabalhadora”, disse Rodrigues.
[Mesa de análise de conjuntura durante o Congrenf, moderada pelo coordenador do Sindipetro-NF, Marcos Breda, com José Maria Rangel e Marcelo Rodrigues – Foto: Elisângela Martins]