Isabel Cristina destaca histórico de luta dos trabalhadores e se emociona ao lembrar que muito ainda deve ser feito
A vulnerabilidade do trabalhador e a sequencia de lutas do movimento sindical para combater os riscos do trabalho foram abordados em mesa de debates, nesta tarde, durante o 10º Congresso dos Petroleiros do Norte Fluminense. Participaram o coordenador geral do Sindipetro-BA, Deyvid de Souza Bacelar; o médico do trabalho, Ricardo Duarte, que assessora o Sindipetro-NF; e a enfermeira Isabel Cristina de Morais Gomes, que é mestre em Saúde Coletiva pela UERJ.
Isabel fez uma análise do mundo do trabalho na sociedade Capitalista, identificando, em um ambiente de luta de Classes, condições contínuas de exploração, que são enfrentadas com maior ou menor resistência a partir de uma correlação de forças, variando de estado para estado e de conjuntura para conjuntura.
Ela chegou a se emocionar quando lembrou de todos os que morreram nas lutas pelos direitos dos trabalhadores, argumentando que é um dever histórico avançar muito mais. “Ainda se mata muito neste País no local de trabalho. E são mortes que poderiam ser evitadas. São mortes que são produto da avareza do sistema produtivo”, protestou.
Bacelar, por sua vez, identificou as três principais causas de acidentes de trabalho no Brasil: a terceirização, que precariza as relações trabalhistas; a subordinação das estruturas de SMS à cadeia de mando gerencial das empresas, retirando a autonomia dos profissionais de saúde e segurança para atuarem sobre as situações de risco; e a desconfiança do patronato em relação à participação sindical na discussão de avanços pela segurança, revelador, segundo ele, de preconceito e autoritarismo.
O médico do NF, Ricardo Duarte, concordou com o quadro de vulnerabilidade do trabalhador descrito pelos colegas de mesa, e acrescentou dados sobre a insegurança. Um deles registra que, em 2008, de acordo com a OIT (Organização Internacional do Trabalho), ocorreram 337 milhões de acidentes de trabalho.
A mesa desta tarde foi moderada pelos diretores do NF Antônio Raimundo Teles e Damião Fernandes Gomes.
[Foto: Luiz Bispo/Para Imprensa do NF]
