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No dia seguinte à decisão do governo federal de contratar diretamente a Petrobrás para explorar áreas do pré-sal que giram em torno de 15 bilhões de barris de óleo, o dobro das atuais reservas provadas da empresa, o presidente da Aepet, Silvio Sinedino, que ocupa a vaga dos trabalhadores no Conselho de Administração da estatal, começou a se mobilizar para derrubar essa que é uma das maiores conquistas do povo brasileiro nas últimas décadas. Junto com os acionistas privados, ele se articula para denunciar a Petrobrás à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) por não ter sido consultado sobre a decisão do governo, que referendou a orientação do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE).
“A Petrobrás não vai ver esse óleo tão cedo”, afirmou o conselheiro ao jornal Estado de São Paulo, para deleite dos tucanos. “Oconselho é igual à Rainha da Inglaterra”, ressaltou o presidente da Aepet para o jornal Valor, tachando a decisão do governo como algo “gravíssimo”. As declarações de Sinedino à imprensa caíram como uma luva sobre o mercado financeiro, que derrubou as ações da Petrobrás, fazendo coro à campanha escancarada da mídia, que há tempos vem tentando desmoralizar a estatal com o objetivo claro de desqualificar o seu papel de operadora única do pré-sal.
Apoiado pela Aepet, PSTU, Conlutas e associações de aposentados, ele foi eleito para o Conselho de Administração com os votos da gerentalha tucana, que sempre defendeu a privatização da Petrobrás. Não é de hoje que denunciamos as alianças espúrias dos divisionistas com as forças neoliberais que se articulam por dentro da empresa. Desta vez, eles assumiram explicitamente de que lado estão, ao somarem forças com os acionistas que representam o capital privado na Petrobrás para questionarem publicamente uma conquista que devolve à estatal o monopólio sobre uma das maiores reservas de petróleo dos últimos tempos.
A FUP e seus sindicatos repudiam expressamente as declarações levianas e inconsequentes do conselheiro eleito, que fala em nome dos trabalhadores, mas não nos representa. Os petroleiros não só apoiam, como aplaudem a decisão do governo Dilma de fortalecer a Petrobrás e a soberania nacional, mantendo sob o controle integral do Estado um recurso estratégico para o desenvolvimento do país. A história e a trajetória de lutas dos petroleiros, que sempre foram marcadas pela defesa intransigente da soberania nacional e do monopólio da Petrobrás, não serão manchadas por aventureiros como Sílvio Sinedino, que ocupa a vaga dos trabalhadores no Conselho de Administração da estatal, mas definitivamente não nos representa.
Rio de Janeiro, 27 de junho de 2014
Direção Colegiada da FUP