Conselho de Administração se esconde dos sindicalistas

Com o anúncio do ato convocado pela FUP em frente ao Edise, Conselho de Administração da Petrobrás transfere reunião do RJ para Brasília

Como um boxeador que se ampara nas cordas quando recebe um direto de esquerda, o Conselho de Administração da Petrobrás– presidido pela ministra chefe da Casa Civil, Dilma Roussef – transferiu para Brasília a reunião que aconteceria no Edise. Mesmo sem assumir oficialmente, a mudança deveu-se à manifestação convocada pela FUP para a manhã do dia 23, quando ocorreria a reunião.
Mesmo sem a pre-sença do Conselho, a FUP, seus sindicatos filiados, o Sindipetro-RJ e outras entidades promoveram o ato, denunciando a tentativa da Petrobrás de jogar nas costas dos trabalhadores o ônus da crise financeira internacional.
Sob o mote “não criamos esta crise e não vamos pagar por ela”, dirigentes sindicais conversaram com petroleiros e petroleiras do Edise e com a população, mostrando os diversos movimentos que a empresa tem feito no sentido de tentar cortar conquistas e direitos, como o não pagamento de horas extras realizadas, suspensão e cancelamento de cursos de segurança, não pagamento do adiantamento da PLR, prática que já faz parte da cultura das relações trabalhistas da Petrobrás, entre outros ataques.

Semana de mobilização
Durante toda a semana que antecedeu ao ato no Edise, sindicatos fupistas realizaram manifestações em suas bases, seguindo a orientação do Conselho Deliberativo da Federação

Nos Estados

Bahia
As mobilizações começaram na terça, 20, com paralisação de duas horas no Campo de Buracica e na quarta-feira no terminal de Taquipe,reunindo cerca de 500 trabalhadores.
Na quinta-feira a mobilização aconteceu na Rlam e na sexta-feira, 23 o ato foi no Conjunto Pituba, onde os petroleiros permaneceram em assembléia até às 9h40

Pernambuco
A mobilização ocorreu na quinta-feira, no Terminal de Suape

Minas
As atividades iniciaram no dia 18 e prosseguiram até a quinta, 22, com atrasos de 30 minutos e 1 hora na Regap

Ceará
Ocorreram setorias nas plataformas e na Biodiesel, de Quixadá. Na sexta, 23, realizaram ato na Lubnor

Manaus
A mobilização aconteceu na segunda-feira, 19, com atraso de 1 hora no noturno e meia hora no administrativo

São Paulo
A manifestação aconteceu na Replan, na terça-feira, 20,com assembléia e atraso na entrada.

Fórum Social: FUP realiza oficina sobre pré-sal no dia 30

A partir desta terça-feira, dia 27, acontece na cidade de Belém (PA), a oitava edição do Fórum Social Mundial, evento que reúne ONGs, entidades sindicais e sociais, ambientalistas, artistas e estudantes em mais de 1900 oficinas, painéis de debates, exposições e manifestações artísticas e culturais.
A cidade de Belém foi escolhida por estar em plena Amazônia brasileira, região que simboliza a batalha contra a devastação da natureza e seus consequentes efeitos sobre o ambiente do planeta.
O Fórum Social é um espaço de debate democrático de idéias,  aprofundamento da reflexão, formulação de propostas, troca de experiências e articulação de entidades que se opõem ao neoliberalismo e ao domínio do mundo pelo capital e por qualquer forma de imperialismo.
Mais uma vez, a Federação Única dos Petroleiros se faz presente ao evento, representando todos os trabalhadores do setor petrolífero. A mesa de debate da FUP acontece dia 30/01 (sexta-feira), das 8h30 às 11h30, na Universidade Federal(UFPA) Profissional, Pavilhão HP, sala HP5 e terá como tema “Pré-Sal, Soberania, Saúde e Segurança”.
Acompanhe diariamente um resumo da participação dos petroleiros pela página da FUP. A programação completa do Fórum pode ser acompanhada pela página oficial 
www.forumsocialmundial.org.br.

Pré-sal: Na contramão da história, governo insiste em abrir pré-sal para multinacionais

No início de janeiro, Rex Tillerson, presidente do Conselho de Administração da ExxonMobil, esteve no Brasil para inspecionar o bloco BM-S- 22, do pólo de Tupi, onde a multinacional opera, se reunir com setores do governo e anunciar que o bloco pode ter potencial para produzir muito mais do que se imaginava à época em que foi leiloado. O BM-S-22 fica na área do pré-sal e é o único em que a gigante estadunidense é majoritária (a Petrobrás detem 20% desse bloco).
Enquanto as reservas petrolíferas no planeta diminuem e seu controle passa a ser cada vez mais exercido por empresas governamentais – invertendo o poder que existia nos anos 1970/80 das chamadas sete irmãs (que hoje se limitam a quatro empresas:ExxonMobil, Shell, BP e Chevron), o governo brasileiro insiste em andar na contramão da história e manter os leilões de petróleo abertos à exploração internacional.
O impacto da descoberta do pré-sal é tão grande que atrai o interesse (e o lobby) dos maiores tubarões do capitalismo internacional. Juntamente com Tillerson, estiveram no Brasil no mesmo período o presidente executivo da BG, Frank Chapman, e do Conselho de Administração da companhia, Robert Williams. Os três disseram textualmente à ministra Dilma Roussef que “estão apreensivos com possíveis mudanças no marco regulatório.
A história de luta dos trabalhadores já mostrou muitas vezes que se grandes capitalistas são contra alguma coisa, muito provavelmente essa coisa é boa para os trabalhadores. E dessa vez não é diferente. Esses tubarões têm razão para se preocuparem. O pré-sal é do povo brasileiro e a população, cada vez mais, compreende a importância de lutar por esse patrimônio –independentemente da vontade entreguista de setores do governo.
Nossa luta continua, nas ruas, na Câmara e no Senado, articulando mobilização popular e luta parlamentar.
E não vamos desistir de construir um país soberano, dono de suas riquezas e mandar os gringos de volta com as mãos abanando.