Coordenador da FUP afirma que não aceitará que o trabalhador pague a conta

A FUP e a Petrobras se reuniram na manhã desta quarta, 19, para negociar o Termo Aditivo do ACT dos seus trabalhadores. O Coordenador da FUP, José Maria Rangel fez uma avaliação da mesa logo após seu término e disse que não foram apresentadas novidades. “Saímos sem novidade nenhuma no sentido de quem eles querem colocar para pagar a conta. Essa gestão tem o mesmo DNA daquelas da década de 90. É arrocho salarial, tentativa de retirar direitos, venda de ativos e tudo isso nas costas do trabalhador. Com certeza não vamos aceitar isso! A diretoria da FUP tem reunião de avaliação na tarde de hoje e teremos um Conselho Deliberativo no dia 24 para definirmos os próximos passos da Campanha” – explicou Rangel.

Veja como foi passo a passo a negociação:

10h13 – Os diretores da FUP preparados para o início da reunião, que será mais uma rodada de negociação do Acordo Coletivo de Trabalho.

10h21 – A FUP inicia a reunião com a Petrobrás, fazendo considerações sobre a cartilha que a empresa lançou sobre as organizações sindicais. A Federação esclareceu que representa 13 e não 12 sindicatos, e ressaltou que faltou a empresa lembrar em sua cartilha que, nos anos 90, o governo FHC tentou acabar com o movimento sindical, intervindo e impondo multas aos sindicatos após a greve de 95.

10h28 – Ingerência da Petrobrás gera morte de trabalhador na Fafen PR
Os sindicalistas lamentaram a morte nesta última semana do trabalhador terceirizado da Fafen, lembrando que foi o terceiro acidente fatal este ano por queda em unidades operacionais. A FUP tornou a cobrar o cumprimento da NR-35, criticando o fato das gerências da Petrobras fazerem interpretações que não condizem com o cumprimento da Norma do MPT.

10h32 – Diretores da FUP criticam a Petrobrás por descumprir acordo assinado para implantação do ATS na Fafen-PR
A FUP criticou e condenou a política de punições que a empresa vem se utilizando em diversas unidades da empresa. “Qual a punição que a Petrobrás dará aos gestores que estão descumprindo o acordo assinado para implantação do ATS na Fafen-PR?”, questionou a FUP.

10h34 – A década de 90 e o massacre contra os petroleiros
Antes da Petrobrás se pronunciar sobre a proposta econômica da empresa, a FUP ressaltou que as conquistas e reajustes dos trabalhadores após 2003, em sua maior parte, foram para recompor direitos dos trabalhadores cortados ao longo de toda a década de 90, período em que a categoria sofreu um verdadeiro massacre por parte dos governantes e gestores.

10h37 – FUP denuncia o desmonte da Petrobrás como obra de Parente, sob batuta de FHC
A FUP lembrou que os ataques sofridos nos governos anteriores a 2003, como: desmonte e privatização das unidades da Petrobrás, corte de investimentos, redução drástica de efetivos e de salários, cortes de direitos, entre outros absurdos, foram feitos, inclusive, sob a batuta do atual presidente da empresa, Pedro Parente, que era do Conselho de Administração e um dos cabeças da política de arrocho de FHC.

10h39 – Horas extras para poucos vira panelinha
Outro ponto ressaltado pela FUP são as horas extras gerenciáveis, que atende a um grupo seleto da companhia. Os dirigentes sindicais lembraram que a Petrobrás gastou 1 bilhão de reais no ano passado com essas horas extras gerenciáveis. “Como em um dia de greve, a empresa aceita pagar 9 milhões de reais por dia às contingências? Na nossa avaliação é uma conta que não fecha. Essas horas extras são sempre para um grupo seleto, virou uma panelinha que ficou acostumada a receber esse dinheiro”, ressaltou o coordenador da FUP, Zé Maria.

10h42 – FUP condena o PIDV, que sacrifica ainda mais a categoria
Neste momento, a FUP torna a ressaltar os impactos do PIDV para os trabalhadores e para a Petrobrás, ressaltando que é inaceitável que a empresa queira fazer ainda mais economia sacrificando a categoria. “Se olharmos única e exclusivamente pelo aspecto financeiro desse PIDV, a própria Petrobrás afirmou que irá economizar 46 bilhões de reais. Isso representa uma média de 7 bilhões por ano, ou seja, um terço da folha de salário da companhia. Não existe justificativa para a empresa não recompor os salários dos trabalhadores”, destacou o coordenador da FUP.

10h47 – A FUP também criticou e condenou a política de punições que a empresa vem utilizando em diversas unidades, instaurando um clima de terror entre os trabalhadores. “Qual a punição que a Petrobrás dará aos gestores que estão descumprindo o acordo assinado para implatanção do ATS na Fafen-PR?”, questionou a Federação.

11h Sobre preços do barril de petróleo
A FUP rebate a proposta da Petrobrás. “Qual empresa de petróleo está crescendo produção, como a Petrobrás? A empresa continua escamoteando a crise com a falsa justificativa da corrupção. A companhia passa, sim, por um momento difícil por conta da queda dos preços do barril de petróleo e, novamente, o governo golpista utiliza a mesma receita dos anos 90. O DNA dessa atual gestão é de quem só sabe enfrentar a crise vendendo ativos, arrochando salário, receitas que não funcionaram no passado e não vão funcionar agora”, declarou a FUP, reafirmando que é inaceitável reajuste abaixo da inflação.

11h07 – A Petrobrás apresenta uma proposta sobre o ACT. A Gerência de RH inicia neste momento a apresentação de sua nova proposta econômica. A empresa propõe reajuste de 6% para todos os trabalhadores, sem distinção de faixa salarial

11h14 – A FUP rebate a proposta da Petrobrás. “Qual empresa de petróleo está crescendo produção, como a Petrobrás? A empresa continua escamoteando a crise com a falsa justificativa da corrupção. A companhia passa, sim, por um momento difícil por conta da queda dos preços do barril de petróleo e, novamente, o governo golpista utiliza a mesma receita dos anos 90. O DNA dessa atual gestão é de quem só sabe enfrentar a crise vendendo ativos, arrochando salário, receitas que não funcionaram no passado e não vão funcionar agora”, declarou a FUP, reafirmando que é inaceitável reajuste abaixo da inflação

11h17 – Quanto aos demais itens da proposta – redução da remuneração da hora extra, redução de jornada com redução de salário e mudança no auxílio refeição – a FUP voltou a afirmar que questões que fogem ao escopo da negociação salarial devem ser tratadas nas comissões de negociação. “Nós não vamos negociar nesta campanha nada que não seja salário. Podemos discutir horas extras dentro da comissão de regimes de trabalho, fora do afogadilho da negociação salarial. Existe uma máfia de horas extras dentro da companhia que vai continuar sendo privilegiada, ainda que a empresa reduza o valor das HEs. Eles vão fazer mais para continuar garantindo sua boquinha. O que precisa ser feito é acabar com essa sangria e recompor efetivos para que não haja acúmulo de horas extras”, afirmou a FUP.

11h22 – Reposição de trabalhadores nas áreas operacionais é urgente
A FUP neste momento continua questionando a proposta da Petrobrás. A empresa levou esse tempo todo para apresentar uma proposta natimorta?

A reposição de trabalhadores nas áreas operacionais é urgente. A Petrobrás impôs um PIDV que é contraditório com o seu discurso de SMS, como o recém lançado programa Compromisso pela Vida. O número absurdo de horas extras que os trabalhadores são obrigados a fazer é a prova de que a companhia jamais poderia abrir mão de efetivos. Em vez de recompor os quadros de trabalhadores, a empresa quer reduzir em 50% a remuneração das HEs, quando o que deveria estar sendo discutido é a redução da quantidade de horas extras.

11h26 – Negociações sobre reajuste salarial
A FUP lembra nesse momento que a maioria das categorias que já negociou ou está negociando salários conquistou a reposição da inflação. Muitas, inclusive, tiveram reajustes acima da inflação. As negociações coletivas acompanhadas pelo Dieese no primeiro semestre apontam que 37% das categorias conseguiram repor a inflação e 24% conquistaram aumentos reais de salário.

11h37 11:37
Petrobrás está chamando a categoria para o confronto?, pergunta trabalhadora
“Eu como trabalhadora da nova geração nunca pensei que fosse assistir o que está acontecendo na empresa atualmente. O desrespeito e o total descaso dos gestores com a vida dos trabalhadores chegam a ser cruéis. Os escritórios estão em um verdadeiro clima de terror. A postura que vocês estão tendo no dia a dia com os trabalhadores está fazendo com que a categoria não acredite na gestão da empresa. Pesquisas manipuladas, acordos que não são cumpridos, uma proposta que não repõe sequer a inflação, esse comportamento da direção da Petrobrás é pra chamar a categoria para o confronto?”, declarou Cibelle Vieira, coordenadora do Sindipetro Unificado de São Paulo.

11h52 – Fim da reunião

O diretor da FUP, Paulo Neves, que é da UO-AM, frisa que os trabalhadores não aceitarão a divisão na categoria. “Não há motivo plausível para segregar uma parcela dos petroleiros, congelando o Adicional AM e a Gratificação de Campos Terrestres”, destacou. Ele destacou que as razões pelas quais esses adicionais foram implementados não se extinguiram. “Pelo contrário, o custo de vida no estado do Amazonas continua altíssimo, o acesso à saúde é precário e o acesso às demais regiões do país tem um alto custo. Por isso não aceitaremos um ACT que discrimina e penaliza esses trabalhadores”, afirmou.

A Gerência de RH da Petrobrás tenta justificar a proposta da empresa. “Precisamos de todos para sair da situação atual”, destacou.

O coordenador da FUP, José Maria Rangel, fecha a reunião, afirmando que os petroleiros estão a postos, mobilizados contra redução de direitos, de salários e contra o desmonte da Petrobrás.