Coordenador de Formação do NF participa de encontro nacional sobre novas formas de trabalho

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O diretor Benes Júnior, que coordena o Departamento de Formação do Sindipetro-NF, representa a entidade nesta semana no Encontro Nacional da Formação da CUT, que debate as novas formas do mundo do trabalho. O sindicalista também é diretor nacional do Dieese.

Realizado de 15 a 19 deste mês, na Colônia de Férias do Sinergia, na Praia Grande (SP), o Enafor tem como mote “Esperançar: Formação, Organização e Mobilização para as novas formas do mundo do Trabalho”.

Com cerca de 100 participantes, o objetivo do evento é organizar o Plano Nacional de Formação para o mandato 2023/2027, construído a partir dos planos regionais e estaduais, e de acordo com os eixos e diretrizes aprovados no 14º Congresso Nacional da CUT (Concut).

O Enafor é constituído por uma rede nacional e será composto pela direção executiva da Central Única dos Trabalhadores, assessorias, educadores, coordenadores das escolas sindicais, secretarias estaduais de formação e secretarias dos ramos da CUT.

Primeiros debates

Na mesa de abertura, o jurista e professor de direito constitucional, Pedro Serrano, falou do autoritarismo e governos de exceção que crescem no mundo. “Medidas autoritárias no interior do regime democrático, que vem com uma aparência de legalidade, uma aparência de normalidade democrática, mas que no seu conteúdo material são medidas tirânicas de ação política contra o inimigo”.

De acordo com o jurista, a medida de exceção se iniciou, por exemplo, no Brasil, nos anos 1990, trazendo para o “fenômeno da guerra das drogas”, e se aprofunda com o golpe contra a presidenta Dilma Rousseff (PT), em 2016 e o governo de extrema direita de Jair Bolsonaro (PL), a partir de 2018.

“Ali [anos 1990] se começa a desenvolver um Estado de exceção, com medidas de exceção como técnica. Tem a aparência de ser um processo penal legítimo, juridicamente democrático, mas no seu conteúdo é uma ação tirânica de combate ao inimigo [deles]”, afirmou Serrano.

A vice-presidenta da CUT, Juvandia Moreira, afirmou que o debate sobre o crescimento da extrema direita em todo mundo é estrutural, e é preciso entender porque ela cresce, e que por isso a formação sindical é importante para compreender o futuro.

A dirigente fez um alerta para combater as fake news da extrema direita divulgadas sobre o Projeto de Lei Complementar dos Aplicativos (PLC). “A extrema direita pegou essa negociação e resolveu atacar, usando dois pilares. No primeiro dia que foi divulgada o processo de negociação, eles ficaram três dias nos assuntos mais falados do Twitter, daí eles atacaram os sindicatos”, lembrou.

Ela acrescenta que “acabamos de fechar uma negociação, dentro de um cenário muito difícil, que de certa forma tenta concretizar aquilo que nós vamos discutir na CUT e no Congresso Nacional, que é a negociação sobre os trabalhadores em aplicativo de quatro rodas,” diz.

A vice-presidenta da CUT, que também participou da abertura do evento, ressaltou ainda a importância do Enafor e o papel que a formação tem dentro do movimento sindical.

“Eu vim da formação, entrei no sindicato pela formação. A gente, para entrar no sindicato, tem que passar pelos cursos de formação para ser um dirigente sindical. A formação cumpre o papel de fazer a gente refletir o mundo, entender o passado, para compreender o momento que a gente está e para pensar o futuro”, concluiu.

A secretária Nacional de Formação da CUT, Rosane Bertotti, à frente da elaboração do encontro, o Enafor, destacou a importância da diversidade e unidade do evento, e ressaltou ainda que a formação está ligada à ação e à estratégia de luta da classe trabalhadora.

“Temos uma diversidade muito grande, e ela é linda nesse sentido de ser diversa, de ampliar o processo da diversidade na formação sindical. Nós temos que construir a partir dos nossos espaços e locais, com unidade nacional.”

Flavia Silva, representante da DGB Bildungswerko Instituto de Educação da DGB Central, destacou que a entidade internacional vem apoiando os projetos da CUT.

“O projeto da CUT com a DGB, neste momento, apesar de utilizar ferramentas já muito bem estruturadas pela CUT, como a formação de formadores, vem colocar foco nessa dificuldade ou complexidade que a gente vive hoje, que é uma classe trabalhadora mais diversa, com demandas e necessidades diferentes do que a gente trabalhou até agora”, afirmou.

Flavia lembrou ainda de outras parcerias da DGB e Central já realizadas. “Apoiamos também projetos ligados ao fortalecimento da juventude e da organização sindical de jovens e também no processo formativo da CUT. O ciclo passado, que foi de 2021 a 2023, já dialogava bastante da questão juventude e formação”.

[Das Imprensas do NF e da CUT / Fotos: Roberto Parizotti (Sapão)]