Coordenador do NF destaca que estrangeiras ficaram com maior parte de Libra

Na avaliação do coordenador geral do Sindipetro-NF, José Maria Rangel, que também representa os trabalhadores no Conselho de Administração da Petrobrás, o resultado do leilão do campo de Libra, realizado nesta tarde, no Rio, mostrou a preponderância das empresas estrangeiras como beneficiárias do negócio. Somadas, elas terão 60% do campo.

O consórcio vencedor, único a apresentar proposta, é formado pelas empresas Shell, Total, CNPC, CNOOC e Petrobrás. Dos 70% arrematados pelo consórcio, 20% são da Shell e 20% da Total. A CNPC e a CNOOC têm, cada uma, 10%, assim como a Petrobras, que tinha garantidos 30% pelo edital.

“A Petrobrás tem, sistematicamente, sido minoritária nestes consórcios”, lembrou José Maria, em entrevista à Rádio NF.

Dos 60% que ficaram com empresas estrangeiras, 40% são apenas de empresas privadas (a Shell e a Total).

Para o sindicalista, no entanto, mesmo com a realização do leilão, os petroleiros, demais trabalhadores e movimentos sociais, cumpriram o seu papel na denúncia dos danos causados pela venda do campo de petróleo.

“A mídia estava escondendo esse leilão. Nosso movimento mostrou os prejuízos para o Brasil”, disse, destacando ainda que a sociedade já precisa ficar atenta em relação ao próximo leilão, do gás de xisto, previsto para o final de novembro.

Greve continua

O coordenador do NF também falou, na entrevista à Rádio NF, sobre a Campanha Reivindicatória dos Petroleiros e a luta pelo arquivamento do Projeto de Lei 4330, da terceirização.

Ele afirmou que a categoria continua em greve, com orientação de intensificar as mobilizações. Para amanhã está prevista uma nova reunião entre a FUP e a Petrobrás, além da realização de um Conselho Deliberativo da FUP, reunindo representantes de todos os sindicatos filiados à federação.

Daqui a pouco, às 17h, novas reuniões dos petroleiros grevistas acontecem nas sedes do Sindipetro-NF em Campos e em Macaé.