Do Boletim Nascente – Novo levantamento da subseção do Dieese no Sindipetro-NF mostra que o custo médio de operações em plataformas afretadas pela Petrobrás é maior do que o de unidades próprias da companhia. Um primeiro levantamento, feito a pedido da Imprensa do NF em 2023 (aqui), acaba de ser atualizado pelo economista Carlos Takashi, técnico do Dieese. A diferença, que era de 32% no primeiro trimestre ano passado, chegou a 39% no primeiro trimestre de 2024.
“Em geral, no 1º trimestre de 2024, o custo de extração médio de cada barril de óleo equivalente (boe) nas plataformas afretadas pela Petrobrás foi 39% mais caro do que em plataformas próprias. No mesmo período do ano passado, o custo de extração médio de cada barril de óleo equivalente (boe) nas plataformas afretadas pela Petrobrás foi 32% mais caro do que em suas plataformas próprias”, explica Takashi.
Nas unidades de Terra e em Águas Rasas, os custos de extração médios de cada barril de óleo equivalente (boe) foram iguais para plataformas próprias e afretadas pela Petrobrás no 1º trimestre de 2024.
No entanto, no Pós-Sal Profundo e Ultraprofundo, o custo de extração médio de cada barril de óleo equivalente (boe) nas plataformas afretadas pela Petrobrás foi 22% mais caro do que em suas plataformas próprias no 1º trimestre de 2024. Um ano antes, no 1º trimestre de 2023, o custo de extração médio de cada barril de óleo equivalente (boe) no pós-sal profundo e ultraprofundo nas plataformas afretadas pela Petrobrás era 13% mais caro do que em plataformas próprias.
Assim, no 1º trimestre de 2024, o custo de extração médio com as plataformas afretadas pela Petrobrás no pós-sal profundo e ultraprofundo ficou relativamente ainda mais caro do que era no mesmo período do ano passado: com o afretamento, era 13% mais caro no 1º trimestre de 2023; no 1º trimestre de 2024 foi 22% mais caro.
“Lembrando que 80% da produção de petróleo e gás natural na Bacia de Campos, no estado do Rio de Janeiro, ocorre no Pós-Sal Profundo e Ultra Profundo, segundo dados da ANP para janeiro de 2023 e março de 2024”, destaca o economista.
No pré-sal, no 1º trimestre de 2024, o custo de extração médio de cada barril de óleo equivalente (boe) nas plataformas afretadas pela Petrobrás foi 57% mais caro do que em plataformas próprias. No mesmo período do ano passado, o custo de extração médio de cada barril de óleo equivalente (boe) nas plataformas afretadas pela Petrobrás foi 55% mais caro do que em plataformas próprias.
Média geral
Consideradas todas essas áreas de produção, tem-se o dado que mostra que no 1º trimestre de 2024, o custo de extração médio de cada barril de óleo equivalente (boe) nas plataformas afretadas pela Petrobrás foi 39% mais caro do que em suas plataformas próprias. No mesmo período do ano passado, o custo de extração médio de cada barril de óleo equivalente (boe) nas plataformas afretadas pela Petrobrás foi 32% mais caro do que em plataformas próprias.
Para o Sindipetro-NF, o custo de produção não é um dado que justifique ou deixe de justificar a adoção de uma determinada política. A prioridade é a justiça social e o desenvolvimento nacional que esta política promove. No entanto, chama a atenção da entidade, tanto agora quanto chamou em 2023, que nem mesmo sob o ponto de vista meramente financeiro o afretamento se justifica.
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