CUT aprofundará construção da greve geral durante as Olimpíadas

Da Imprensa da CUT

Na tarde desta quinta-feira (4), no Rio de Janeiro, o secretário nacional de Cultura da CUT, José Celestino Lourenço, o Tino, afirmou que a atuação da Central será permanente na denúncia do golpe aplicado contra a democracia e que essa ação será reforçada durante as Olimpíadas.

“Diante da terra arrasada provocada por esse governo golpista, não nos resta outra coisa que não seja organizar a classe trabalhadora para uma greve geral neste País. Se não caminharmos nesse sentido, a retirada de direitos será tamanha que voltaremos ao tempo da colonização. Isso será feito em paralelo com a permanente denúncia do golpe durante as Olimpíadas”, afirmou o dirigente.

Secretário-geral da Intersindical, Edson Carneiro, o Índio, corroborou com a posição de Tino. “No Brasil, estamos há quase três décadas sem uma greve geral. Os companheiros principalmente da Europa que aqui estão, acompanharam greves em seus país recentemente. Nós vamos fazer uma greve geral nesse País para defender a Constituição brasileira, não admitiremos que essa calamidade continue.”

As declarações foram dadas durante a coletiva para a imprensa internacional promovida pelas Frentes “Brasil Popular”, “Povo Sem Medo” e “Socialista de Esquerda”. A intenção do encontro foi denunciar aos correspondentes internacionais o golpe em curso no País e anunciar um grande ato para a próxima sexta-feira (5), às 11h, em Copacabana. A manifestação acontecerá horas antes da abertura das Olimpíadas e flagrará, segundo Guilherme Boulos, coordenador nacional do MTST, o desânimo brasileiro com o evento esportivo.

“Visivelmente, não há clima olímpico no Rio de Janeiro e no Brasil. O clima é de insatisfação. Primeiro, porque temos um governo impopular, que não foi eleito pelo povo e que caçou a Constituição. Depois, porque esse governo impõe ao País um programa de governo que não foi eleito. Por último, porque o povo carioca já percebeu que o grande legado das Olimpíadas não existe, é só militarização do Estado, exclusão e preconceitos”, afirmou Boulos.

As lideranças das Frentes alertaram para uma possível criminalização dos movimentos sociais no Brasil. “Amanhã estaremos na rua e já mando um recado ao ministro ilegítimo da Justiça, Alexandre de Moraes, ‘não nos intimidarão’”, afirmou Boulos.

Diante da indagação do correspondente do jornal americano “Washington Post” sobre o processo de impeachment que corre no Senado, Tino criticou o senador Antônio Anastasia. “O relator do processo no Senado foi governador de meu estado e praticou as mesmas ‘pedaladas’ que acusam Dilma. Esse processo é golpe”, finalizou o dirigente Cutista.

Coordenadora nacional da Marcha Mundial de Mulheres, Bernaderte Monteiro fez um recorte de gênero para explicar o afastamento da presidenta eleita, Dilma Rousseff. “Esse golpe tem o elemento do machismo, pois desrespeita a primeira mulher presidenta do País, e quer mandar um recado para as mulheres brasileiras de que o lugar delas não é nos espaços de poder. Mas não aceitaremos isso e lutaremos pela volta de um governo popular que encampe as bandeiras das mulheres.”