CUT, centrais e movimentos lançam campanha ‘Fora, Bolsonaro’ nesta sexta, 10

Érica Aragão / Da Imprensa da CUT – Não é possível mudar o rumo do país e retomar uma agenda democrática, com desenvolvimento, emprego, saúde, educação, Estado forte e justiça social com o presidente Jair Bolsonaro (ex-PSL) no poder, inerte e sem comando, enquanto a pandemia do novo coronavírus acelera e a economia que já estava ruim, entra numa das piores recessões da história.

É esse o cenário que levou a CUT, demais centrais sindicais, as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo e partidos de oposição a se unir para lutar pela saída de Bolsonaro, explica o presidente nacional da Central, Sérgio Nobre.

Juntas, essas entidades vão lançar, na próxima sexta-feira (10), a Campanha ‘Fora, Bolsonaro’, realizando um Dia Nacional de Mobilização que, segundo Sérgio, tem como objetivo debater com a sociedade as crises econômica e sanitária, a atuação ou falta de atuação do governo Bolsonaro e o fato concreto de que uma mudança só será possível com outro governo, eficiente, que enxergue o povo trabalhador e tenha um projeto de país, uma política econômica de desenvolvimento sustentável.

O Dia Nacional de Mobilização ‘Fora, Bolsonaro’, primeiro ato da campanha, terá ações nas redes sociais, ações de rua simbólicas e um panelaço para denunciar e dialogar com a população que é preciso acabar com este governo, antes que ele acabe com mais vidas, direitos e até com a democracia do Brasil.

“O dia Nacional de Mobilização será o dia do grande debate com a sociedade, que precisa entender que, se quiser salvar vidas, empregos, o país e a democracia precisa se juntar a nós nesta campanha de ‘Fora, Bolsonaro’ e seu governo para colocar o país no rumo certo”, afirmou o presidente da CUT, Sérgio Nobre.

Como a CUT defende o isolamento social como uma das principais armas contra a Covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus, a orientação da direção nacional para as entidades filiadas é que sejam realizadas ações simbólicas nas principais cidades do Brasil com o objetivo de denunciar a política genocida de Bolsonaro frente à pandemia, como a instalação de cruzes brancas em locais de grande circulação de pessoas ou em pontos turísticos dessas cidades, respeitando sempre os cuidados sanitários e de distanciamento social. Bolsonaro vem tratando a pandemia com descaso e até zombando das mortes, dizendo que não é coveiro, e para piorar, o Brasil, que está sem ministro da Saúde há mais de dois meses, é considerado o pior gestor da crise sanitária do mundo.

Assembleias nos locais de trabalho, campanha de agitação, adesivaços, faixas nos viadutos, uso de carro de som nas comunidades, tuitaço e panelaço também estão sendo organizados para a campanha ‘Fora, Bolsonaro’. Um site exclusivo da campanha para centralizar todo o material estará no ar daqui alguns dias.

“Nós também vamos incentivar o uso de roupas pretas neste dia e que as pessoas coloquem faixas pretas nas janelas para simbolizar o luto e a tristeza devido as mais de 60 mil mortes nesta pandemia”, pontuou a Secretária-Geral da CUT, Carmen Foro.

De acordo com a dirigente, “a ideia é ir fortalecendo o diálogo para mostrar a importância de o povo se levantar para seguirmos firmes nesta campanha do ‘Fora Bolsonaro’”.

“Com este governo, as pessoas vão continuar morrendo e ainda ficar sem direito assegurado, sem saúde, sem educação, sem emprego e sem dignidade”, afirma Carmen.

A Secretária de Mobilização e Movimentos Sociais, Janeslei Albuquerque, complementa dizendo que o governo Bolsonaro já não estava à altura de resolver os problemas que já estávamos enfrentando, como o desemprego e as crises econômica e social. Com a pandemia, este governo tem muito menos condições de enfrentar e apresentar soluções para o país.

Bolsonaro, segundo a dirigente, não fez nada para aliviar os impactos da pandemia na vida dos brasileiros e das brasileiras mais vulneráveis e o auxílio emergencial só foi possível devido a luta da oposição e da classe trabalhadora. O governo queria pagar um auxílio de R$ 200 aos trabalhadores informais, autônomos, microempreendedores individuais e desempregados mais pobres, que são os mais afetados com as medidas de isolamento social porque, em sua maioria, vivem de bicos, de vender produtos nos faróis, nos trens, nas praças.

“Ele era contra o auxílio de R$ 600 aos trabalhadores, que só foi aprovado após pressão da CUT, demais centrais e parlamentares da bancada da oposição, mas liberou as empresas a tirar direitos, deixou milhares de pessoas sem o Bolsa Família, o seu banqueiro predileto [Paulo Guedes] ainda está diminuindo o Estado, colocando todas as nossas riquezas à venda e ainda está aproveitando este momento para passar a boiada nas nossas terras”, disse ela se referindo ao ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, que na famosa reunião ministerial do dia 22 de abril disse que tinha que aproveitar o momento de pandemia para desburocratizar e normalizar as vendas de terras da União, passando a boiada.

Se a sociedade não der um ‘Fora, Bolsonaro’ tudo pode piorar, afirma Janeslei que fala em genocídio quando se refere a maneira como o governo está atuando em relação a pandemia do novo coronavírus.

“Médicos infectologistas e sanitaristas estão alertando a população que, se nada for feito, até outubro o país chegará ao número recorde de 300 mil mortes pela doença isso sem falar nas possibilidades de colapsos no sistema de saúde do país”.

Próximos passos da luta

Logo depois do Dia Nacional Dia Nacional de Mobilização, a Campanha ‘Fora, Bolsonaro’ promoverá uma Plenária Virtual no dia 11 de julho reunindo milhares de participantes de todo o país. Nesta atividade serão definidas as próximas ações da campanha.

Segundo a Comissão Organizadora, as entidades também farão mobilizações regionais para fortalecer os dias 10 e 11.

Pedido popular de impeachment

A CUT, movimentos sociais, frentes e organizações da sociedade civil, juristas, intelectuais e personalidades da política, do meio acadêmico e das artes estão fazendo um chamado à adesão para um pedido popular de impeachment do governo de Bolsonaro.

O objetivo é que este pedido seja expressão da vontade e posicionamento político de um numeroso e diverso conjunto de organizações da sociedade civil, dos movimentos populares e do movimento sindical e seja entregue ao Congresso Nacional na semana de 13 a 17 de julho.

A formalização da adesão ao pedido deverá ser feita através do preenchimento do formulário eletrônico até dia 10 de julho e quaisquer dúvidas formais ou jurídicas poderão ser esclarecidas pelo e-mail [email protected].