CUT e Ineep mapeam iniciativas de transição energética e trabalho em 100 dias do governo Lula

Do Ineep – Não adianta apenas falar na importância de transição para uma economia de baixo carbono, se iniciativas nesse sentido não gerarem mais justiça social, melhores empregos e inclusão social. Observar e monitorar iniciativas públicas e seus potenciais impactos sobre a sociedade em geral e trabalhadores, em especial, é essencial para promoção de uma transição energética justa.

A avaliação é de Daniel Gaio, Secretário de Meio Ambiente da CUT Nacional, ao analisar os resultados do mapeamento realizado pela CUT em parceria com o Ineep sobre os 100 primeiros dias do governo Lula nas áreas de meio ambiente, energia, indústria, transição justa e mundo do trabalho.

Segundo Gaio, este mapeamento identificou que há uma diversidade de conceitos sendo utilizados, tais como empregos verdes, que ainda são insipientes frente às necessidades da classe trabalhadora.

Na análise do Secretário de Relações Internacionais da CUT, Antônio Lisboa, a transição para uma sociedade de baixo carbono deve ocorrer de forma ampla, democrática e com participação popular, com reformas estruturais que levem em conta a recuperação econômica, social e ambiental e que rompam com as dinâmicas insustentáveis do mercado.

O levantamento teve como base dados publicados em websites oficiais e avaliou 85 iniciativas, sendo 62 (73%) de origem federal, 17 (20%) de origem estadual e 6 (7%) oriundas da Petrobras, empresa estatal. Em todas ela, “energia” foi o ponto que mais teve destaque e “trabalho” foi a área menos discutida. Para a CUT, a transição justa e trabalho decente são temas que não podem faltar no projeto de reconstrução do país.

Para Mahatma Santos, diretor técnico do Ineep, o tema da transição energética e justa está no centro da agenda global e precisa ser uma prioridade tanto para o poder público, no âmbito nacional e estadual, quanto para os trabalhadores e suas representações sindicais. A iniciativa da CUT de mapeamento de ações e decisões públicas que abrangem as transições energética e do trabalho, já em curso, é um ponto de partida importante para o promoção e organização coletiva do debate dessa agenda no interior do movimento sindical brasileiro.