CUT lança plataforma para eleições com diretrizes em defesa da classe trabalhadora

Plataforma traz diretrizes da CUT para candidatos às próximas eleições. Central aborda temas como condições dignas de vida, emprego e direitos trabalhistas e democracia, inclusão social e direitos humanos

 

Eleitores, eleitoras, candidatos e candidatas às eleições deste ano que se identificam com a classe trabalhadora têm agora uma importante ferramenta com dados econômicos e socais, bandeiras de luta e a visão da Central Única dos Trabalhadores (CUT) de temas importantes que precisam ser defendidos em prol dos trabalhadores e das trabalhadoras ,que vêm tendo seus direitos atacados pelo governo neoliberal de Jair Bolsonaro (ex-PSL) .

Para a Central, as eleições municipais de 2020 em 15 de novembro, com 147, 9 milhões de brasileiros aptos a votar, são cruciais diante de um governo de extrema direita que não tem propostas para a classe trabalhadora, a não ser a retirada de direitos.

Por isso, a CUT entende que é preciso eleger candidaturas que se proponham a construir um novo paradigma de sustentabilidade política, econômica, ambiental e social com uma gestão pública transparente e eficiente, que tenha como principal objetivo a promoção da cidadania, a vigência de princípios democráticos e o emprego e a garantia de direitos.

Visitando municípios do interior do Pará, em viagem de apoio às candidaturas comprometidas com a classe trabalhadora, Carmen Foro, Secretária-Geral da CUT Nacional, lembra que o país vive momento traumático desde o golpe de 2016 e que a plataforma da CUT traz um conjunto de orientações para que os trabalhadores possam lutar por essas questões nos seus municípios.

“A política é a arte de fazer as transformações. Para o bem ou para o mal, dependendo de qual o projeto que a sociedade escolhe. Por isso, a CUT faz essa orientação política todos os anos. Nas eleições mais gerais toma posição de que lado vai estar. Que é o lado da democracia, dos direitos, das condições básicas de vida para as pessoas”, afirma.

Com o lema “ Defender a Vida, os Empregos e a Renda da Classe Trabalhadora”,  a CUT apresenta propostas que atendam às necessidades reais dos trabalhadores,  no território, que é a proteção à vida, à moradia, à renda e ao trabalho, alimentação adequada, educação e transporte acessíveis e de qualidade, combinados com ampla participação popular para a definição dos rumos dessas políticas.

“As pessoas moram no município e é lá que vão sentir a ausência dos serviços púbicos, na área da saúde, educação, saneamento. O ataque aos servidores públicos com a reforma administrativa é em nível federal, mas vai descer para um patamar municipal”, completa Carmen Foro.

Alta do desemprego é reflexo da incompetência do governo

A alta nos índices do desemprego que chegou a 13,8 milhões de brasileiros – hoje o Brasil tem 31,9 milhões de trabalhadores subutilizados que representam 29% da força de trabalho – reforça que a organização e mobilização da classe trabalhadora são fatores determinantes no combate ao crescimento do desemprego, provocado pela desastrosa política econômica ultra neoliberal implementada pelo ministro da Economia, o banqueiro, Paulo Guedes e Bolsonaro.

Para agravar a situação dos trabalhadores, a dupla ainda recebeu apoio do Congresso Nacional, como no caso da reforma da Previdência, que aumentou o tempo de contribuição ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e diminui o valor dos benefícios, inclusive para  e as reformas órfãos e viúvas.

Diante da crise econômica aprofundada pela pandemia do novo coronavírus (Covid 19), é na aposentadoria que as famílias que perderam seus provedores têm, muitas vezes, sua única fonte renda, drasticamente reduzida pela reforma da Previdência.

O desgoverno Bolsonaro, além de ameaçar a democracia, já se mostrou incapaz de garantir empregos, renda, saúde da população e salvar vidas. E são os municípios que sofrem os piores impactos da política bolsonarista.

“Estamos vivendo um momento de sequestro da democracia brasileira. A democracia não é só o ato de votar. É o ato também de ter os direitos garantidos. Um país não pode se considerar democrático só porque promove eleições. A democracia é composta das eleições, mas também de garantia de vida digna para as pessoas. Ou seja, a democracia caminha não só na perspectiva dos votos, mas também na garantia dos direitos do povo”, afirma Carmen Foro.

A Plataforma da CUT para as Eleições deve, então, se transformar numa ferramenta potente para o diálogo com a sociedade e com candidatas e candidatos dos partidos que se colocam ao lado do povo e defendem a democracia, o desenvolvimento, a soberania e os direitos fundamentais da pessoa humana, contribuindo para a eliminação das desigualdades.

As diretrizes são: 

I.Condições dignas de vida, que envolvem saúde, educação, mobilidade urbana, habitação, saneamento e água potável, energia e meio ambiente;

II.Emprego e Direitos Trabalhistas envolvem economia solidária, agricultura familiar, direitos trabalhistas e relação com os sindicatos e;

III. Democracia, Inclusão Social e Direitos Humanos tendo como bases gestão democrática, transparente e participativa, segurança pública, políticas para as mulheres, políticas antirracismo e políticas para a cultura.

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