CUT repudia demissões e fechamento de fábrica da Petrobrás no Paraná

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Nota da CUT em repúdio às demissões de cerca de mil trabalhadores da Petrobrás, com o fechamento da sua subsidiária, a Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados em Araucária, no Paraná

A Central Única dos Trabalhadores vem manifestar seu repúdio contra a decisão da Petrobrás de fechar sua subsidiária Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados em Araucária, no Paraná e também prestar a nossa solidariedade aos 1.000 trabalhadores e trabalhadoras que vão ser diretamente atingidos por essa decisão arbitrária.

As alegações da Petrobrás, de que a empresa teve prejuízo no último ano, para justificar essa cruel decisão de fechar a empresa e demitir todos os funcionários não se sustenta, tendo em vista os lucros de 15 bilhões auferidos no ano de 2019 e que proporcionou a distribuição de 2,6 bilhões de remuneração aos seus acionistas, enquanto o prejuízo da empresa de fertilizantes foi de R$ 250 milhões, menos de 10% do que foi distribuído aos acionistas.

Além disso, parte desse prejuízo alegado pela Petrobrás advém da própria política da empresa em atrelar todos os seus preços ao dólar e aos preços praticados no mercado internacional. Ou seja, a decisão da Petrobrás fez com que os insumos utilizados pela Fabrica de Fertilizantes Nitrogenados fossem atingidos pela alta do dólar e dos preços internacionais do mercado de combustíveis. Porém, tudo isso poderia ser superado por outras medidas administrativas que viabilizem a manutenção da empresa, e a manutenção dos empregos diretos e indiretos se a Petrobrás aplicasse nesse caso o conceito de empresa integrada que rege todo o seu complexo industrial.

Não bastasse isso, a decisão da Petrobrás é desastrosa para o estado do Paraná e toda a região, tendo em vista os milhares de empregos que são gerados por outras empresas que dependem da produção da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados para continuar existindo.

A deliberação unilateral da Petrobrás também representa uma afronta e mais um ataque aos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras porque desrespeita o Acordo Coletivo assinado com a Federação Única dos Petroleiros (FUP) e os Sindicatos que prevê a obrigatoriedade de negociação nos casos de demissões em massa.

A CUT entende que essa decisão é mais uma das muitas que vêm sendo tomadas no sentido de destruir a empresa Petrobrás e entregar o patrimônio nacional para as empresas multinacionais estrangeiras que é o objetivo final desse desgoverno. Por isso, vamos utilizar de todos os meios legais, de mobilização, pressão e negociação junto às autoridades estaduais e judiciárias para impedir mais essa atrocidade contra os trabalhadores e trabalhadoras da Petrobrás e das suas empresas subsidiárias. Principalmente nesse momento em que o país já arca com o peso de mais de 11 milhões estão desempregados. O Brasil não precisa de mais desemprego.

Executiva Nacional da CUT