Debate aborda engajamento da sociedade em defesa dos investimentos

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Na semana passada, a série de lives “Prejuízos da saída da Petrobras na Bacia de Campos” trouxe convidados com trajetórias distintas e um interesse em comum: evitar o esvaziamento econômico das cidades do Norte Fluminense e frear a atual política da empresa de reduzir sua produção e privatizar seus campos de petróleo.

Na quarta-feira (28), o coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar, foi o convidado da live, que também contou com a participação do coordenador-geral do Sindipetro NF, Tezeu Bezerra.

 

Deyvid Bacelar ressaltou a importância de levar a campanha Petrobras Fica! para além da categoria petroleira e envolver toda a sociedade brasileira no esforço de manter a Petrobras onde ela tem atuado.

“Não vamos deixar barato esse processo de desmonte da Petrobras que a gestão Castello Branco quer fazer”, afirmou o dirigente da FUP.

Venda de ativos na Bacia de Campos

A empresa, desde o governo de Michel Temer, mudou a sua política de investimentos, com uma estratégia de vender os ativos da Bacia de Campos e em outros campos de petróleo considerados maduros, além de privatizar refinarias.

Bacelar, a atual política da companhia, além de causar perdas econômicas e de emprego sem precedentes, traz enormes riscos de desabastecimento e de aumento de preços dos produtos para a população.

“O argumento da Petrobras é de que é preciso abrir a concorrência no refino, mas é importante dizer que o monopólio foi quebrado em 1997 e nenhuma empresa teve interesse em investir”, disse.

Monopólio privado no refino

Sobre os preços, Bacelar prevê aumento com a privatização. “É uma mentira dizer que a concorrência no refino vai reduzir o preço. Serão firmados monopólios regionais. As populações ficarão reféns de monopólios privados sem compromisso nenhum com a população nem com o país”, completou.

O coordenador-geral da FUP reforçou que existe um elevado risco de faltar produtos derivados do petróleo aos consumidores pelo país com base em estudos de universidades, de centros de pesquisa e até da agência reguladora do setor, a ANP. “Quem tem obrigação de abastecer a população por lei é só a Petrobras. As empresas privadas, não. Pode haver problema de abastecimento”.

Outro ponto levantado por Bacelar são os passivos deixados pela Petrobras para as empresas privadas, como os ambientais, fiscais e trabalhistas, pois o atual processo em curso não deixa claro como será. “Os passivos ambientais da Petrobras, por exemplo, não têm sido discutidos com Estados e municípios, dentro do processo de privatização. Como ficam os passivos deixados após a venda?”, questionou.

Condições de trabalho precárias

Bacelar destacou que tudo piorou nos campos vendidos à iniciativa privada na Bacia de Campos. As condições de trabalho foram por água abaixo, com casos de entrega de comida estragada aos trabalhadores. Além disso, a produção, o total de empregados e a arrecadação de royalties caíram de forma significativa em comparação à situação anterior, quando a Petrobras detinha e geria os campos.

O dirigente sindical chamou a atenção para as eleições municipais que ocorrem daqui a duas semanas, uma vez que a política para a Petrobras pode mudar se houver alteração em 2022, quando serão eleitos o presidente da República e os governadores dos Estados.

“Se temos intenção de mudar o quadro em 2022, é preciso mudar nos municípios em 2020. É o que ajuda a eleger dois anos depois”.

Diálogo com a população

O coordenador-geral do SindiPetro NF, Tezeu Bezerra, disse que a campanha Petrobras Fica na Bacia de Campos já está muito forte, em grande diálogo com a população no Norte Fluminense, e não apenas com os candidatos a perfeito das cidades da região.

“Muitas pessoas acreditaram nesse conto de fadas da venda da Petrobras. Muita gente tem se prejudicado. Precisamos, como petroleiros, trazer essa indignação a todos. A produção caiu mais de 50% e mais de 50 mil trabalhadores diretos e terceirizados já foram cortados da região em 5 anos”, argumentou.

População ainda não relaciona impactos

O jornalista Vitor Menezes foi o convidado de sexta-feira (30). Ele avalia o atual cenário da empresa com otimismo, apesar dos desafios impostos pela redução dos negócios da Petrobras no Norte Fluminense. “Os petroleiros têm uma força de organização muito intensa. A campanha Petrobras Fica! é uma resposta e tem um ambiente cultural para mobilizar a população. Tem esperança”, afirmou.

 

 

Para Menezes, o discurso privatista do governo e da direção da empresa contaminou a imprensa brasileira atualmente e a população que vive nas cidades do Norte Fluminense, onde existe um forte protagonismo da companhia, ainda não faz a relação entre a redução dos negócios com o esvaziamento econômico local.

“Tem uma memória nostálgica de uma Petrobras que jorrava dinheiro, mas a população não relaciona a falta de dinheiro com a atual gestão da Petrobras”, disse.

O jornalista reforçou a crítica ao plano de privatização de parte da empresa. “O discurso atual da Petrobras é autodepreciativo, a empresa entra na Justiça para garantir o direito ao suicídio, para vender ativos”.

Confira nossa programação:

Acompanhe nossas lives com especialistas que reforçam a necessidade de nos engajarmos para evitar o esvaziamento econômico do Norte Fluminense.

Para esta semana, os convidados são o presidente da Associação Comercial e Industrial de Campos (Acic), Leonardo Castro de Abreu, na quarta-feira; e o economista Ranunfo Vidigal, na sexta-feira.

As lives são mediadas pelo coordenador do Sindipetro NF Tadeu Porto.

Assista a cobertura pelas redes sociais:

Youtube: bit.ly/3iR9Bpb

Twitter: @sindipetronf